9.
Voltemos
há algum tempo atrás...
Estes relatos começaram quando Antônio
casava-se, custa-me dizer-lhes que muitos meses passaram desde o dia em
questão. Há tanto que passou, mas não há muito a contar... Bem, antes de tudo
quero saudar a inspiração que voltou a aparecer-me ainda há pouco. Quando
pensei que estava perdida, ainda mais, quando os sonhos esvaiam-se em ácido,
dei por mim imaginando o que esperar do futuro. Não havia nada. “O futuro -
muitos dizem - é feito dia a dia, hoje é o futuro de ontem. O futuro de hoje é
o amanhã!”. A lógica diz-me que estão corretos, entretanto quem já viveu uma
vida sem preocupações?
Devo contar-lhes: Antônio separara-se. Em
menos de 11 meses não aguentou o que a vida de casado lhe oferecia, foi-se
embora com a roupa do corpo. “Era muito pouco...”, disse-me ele ao visitar-me.
Tentei sugerir-lhe um reatamento. “Teu casamento foi tão lindo!”, disse-lhe
esperando não dar assistência às suas desesperanças, mas em resposta Antônio
olhou-me com incredulidade e partiu com passos duros, batendo a porta atrás de
si.
Já sobre Petrus...
Logo após o final de semana deixei a casa de
campo. Deixei-o. Ele não me pediu para que ficasse. Não disse-me adeus. Logo
antes de partir procurei-o em todos os cantos, mas o homem havia evaporado!
Deixei um recado agradecendo a estada. Despedi-me de Sr.ª Blair e parti. Soube
que não voltaríamos a nos ver dias depois, quando recebi uma carta sem
remetente. Dizia apenas: “Morra!”. Foi o clichê que me fez morrer; ri até não
poder mais. Ri até entender o que aquilo significava; finalmente eu entendia o
amor. Guardei o recado para futuras risadas despreocupadas. Causou-me ódio
apenas o anexo. Ele mandava o bilhete que havia lhe escrito às pressas (já que
ansiava minha volta ao lar) e rabiscou os erros ortográficos. Não achei graça
neste acontecimento, mas poupei papel e caneta diante de qualquer desejo de
vingança.
O amor é raiva represada. E só.
Enfim... Já não sei o que contar. A história
acaba aqui! Depois de Petrus nada tão “interessante” me aconteceu. Tão
frustrante, mas a rotina deu jeito de fazer-me esquecer do que vivi. Não
esquecer por completo afinal lembranças nunca morrem.
“O sonho acabou!”, diria John Lennon, mas
direi: “Que a vida comece!”. Vamos para as ruas...
Farias, Maikele. "Olhos negros Desconcertantes... - Parte 9". Março, 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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