Gostaria que comentassem a cerca das perguntas e/ou respostas que seguem.
1-) Qual sua opinião a respeito da vida e do mundo? A vida é uma escola de portas abertas, que nos ensina através de lições de vivência. Lições estas que muitas vezes são o erro cometido, do qual devemos sempre tirar uma lição, uma experiência, um aprendizado. A alegria compartilhada com a família e os amigos; a paz de espírito... A bonança, enfim.
O mundo?... Bem, o mundo é vasto por demais, vivemos resumidos ao nosso planeta terra, o qual vem ao longo dos tempos da dita “evolução” sendo mal trado, poluído... Desrespeitado. Como disse José Saramago, “muito universo, muito espaço sideral, mas o mundo é mesmo uma aldeia”. Para mim, o mundo em sua pura concepção, é uma obra de arte; a natureza, esplêndida e maviosa.
2-) A vida merece ser vivida ou simplesmente tolerada? A vida não merece, deve ser vivida, por isso chama-se vida. A vida é bela, em cores, formas e gestos. Desde a mais bela montanha recoberta da mais bela flora, habitada pela mais diversa fauna, até o mais puro gesto de sincero afeto de uma criança, de um ser vivo. A vida é um eterno aprendizado. E as mais valiosas lições, aprendemos com os mais singelos momentos de felicidade. “A vida não é medida pelo número de vezes que respiramos, mas pelos momentos em que perdemos o fôlego, momentos de felicidade, de bonança”.
3-) O mundo tende a piorar ou a melhorar? Por quê? Predizer o dia de amanhã é impossível, que dirá tentar fazê-lo com os anos. Sinceramente, se a sociedade de uma forma geral prosseguir nesse “frenesi” de modernidades, que desprezam valores, deixa a moralidade, a boa educação, o bom senso e o respeito dentre outros, o futuro assaz incerto poderá não ser aquele tão bom em aspectos de vivência quanto os de outrora. Quando falo em desrespeito, incluo na lista não sómente social, mas também ambiental. Muito, admitamos, evoluiu para melhor, hoje vivemos em uma sociedade mais democrática, aparentemente com direitos iguais, mas em contra partida, alguns valores lamentavelmente perderam-se nessa avultada conquista de direitos e liberdades. O mau do nosso tempo, é que falta-nos filosofia, compreensão, afeto, dedicação... Valores. Falamos tanto em direitos humanos, mas esquecemos de falar em algo muito importante: deveres humanos. Deveres para com o próximo, para com a natureza... Se há de melhorar ou piorar, dependerá unicamente de cada um de nós.
4-) Nossa sociedade é boa ou má? Por quê? Nossa sociedade é “estressada”, vivemos hoje num verdadeiro “turbilhão” de informações, compromissos, tarefas e afazeres, acabamos com isso, correndo praticamente contra o tempo. Não dedicamos um tempo para nós mesmos, para os nossos... Não reservamos tempo para organizarmos nosso pensar, para refletir sobre nossas ações, nossos problemas, nossos acertos. Não paramos para ler um bom livro, escutar boa música para descansarmos a mente. Muitos se deixam frustrar frente ao primeiro empecilho, a primeira dificuldade, e com isso, sem nem ao menos persistirem no seu intento, procuram o meio mais fácil. Outros, perante o mau fado preconceito aderem a meios a margem da lei. Entretanto, muitos o fazem apenas para poder sustentar, muitas vezes, suas famílias, outros, por pura falta de perseverança. Embora haja pessoas frias, existem em uma proporção homérica pessoas de bem, que se comovem frente a uma cena de tragédia de dor e/ou sofrimento. Pessoas que frente à desventura de seu próximo, tem o senso de justiça e piedade, de amor a seu semelhante, e conforme podem, procuram ajudar. Tome por exemplo, a recente tragédia da cidade de São Lourenço e de Turuçú.
5-) Por que o homem difere do animal? Por quê? Do ponto de vista cientifico, o homem é um animal, pertencente à classe do homo sapiens. Até algum tempo atrás, diziam que o que nos fazia divergir dos demais, era a capacidade de sermos racionais, todavia, há alguns poucos anos, os cientistas provaram que todos os animais (obviamente, exceto os acéfalos) são racionais. Mas, isso não responde a pergunta. Eu creio que, o que nos faz divergir dos outros animais, é o fato de que somos abençoados com o dom da fala, da dialética. Somos seres extremamente capazes de através do dialogo sanarmos problemas, pormos termo a discuções. Quando falamos com a mão no coração, do fundo da alma, não interessa o vocabulário, o grau de estudos, mas a pureza do gesto, a sinceridade com que ocorre nesse exato momento, onde transcendem as emoções conduzidas pelas palavras mergulhadas na luz da eloquência d’alma. Sob minha visão, isso é o que nos difere dos demais animais.
6-) Uma pedra, um pedaço de madeira; são para o homem uma pedra, um pedaço de madeira ou algo mais? Para os cépticos pode não passar de uma pedra e um pedaço de madeira. Para os enamorados, os pintores, os poetas, os artistas em geral, pode tratar-se de uma fonte de inspiração. Isso é uma das muitas coisas relativas no mundo, que possuem um significado subjetivo, que depende de circunstâncias para acontecer. Pode servir de inspiração aquela carta à pessoa enamorada, mas pode não ser nada a mesma pessoa, se ela não estiver à cata daquilo que lhe inspire as palavras.
7-) Qual a importância da filosofia no Ensino Médio? Para ensinarmo-nos a refletir sobre tudo aquilo que nos é apresentado. Elucubrar sobre cada questão, cada assunto, e através daí, realmente formularmos nossas subjetivas opiniões e conceitos. É o meio pelo qual, aprendemos a tirar nossas conclusões, expandir nossos horizontes do conhecimento, montarmos nosso senso crítico.
8-) Por que a Filosofia, hoje é tão importante num mundo tecnológico no qual vivemos? Vivemos hoje, num mundo cheio de tecnologias, quase tudo nos é apresentado já com conclusões feitas. No entanto, se faz necessário que saibamos pensar por nossa própria conta, e chegarmos a conclusões nossas, sem deixarmos levar puramente por aquilo que nos é apresentado. A filosofia é a arte do pensar, do elucubrar, por essa razão ela tão importante, sobretudo nos dias de hoje.
Tomemos por exemplo: seu eu disser-lhe favela, o que lhe a vem a mente? Aposto que marginalidade, drogas, violência, um antro de caus, acertei? Pois é, isso é que vem a nossas mentes (inclusive a minha, diga-se de passagem), em razão do que vemos, dia após dia nos noticiários. Contudo, se pesquisarmos, veremos que muitas delas, apesar da criminalidade, são organizadas e habitadas também por gente de bem, que trabalha em busca de seu sustento de forma digna. Isso de formularmos uma imagem caótica do lugar é influência direta dos noticiários. Imagine de quanta coisa mais não devemos ter uma imagem atrofiada pelos noticiários... Por isso, é importante que sejamos capazes de interpretar as coisas e vermos como elas realmente são, além daquilo que nos e apresentado.
Farias, M. S. "Questões de Filosofia". Abril de 2011. www.livredialogo.blogspot.com
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Baseado no trabalho em livredialogo.blogspot.com.br.
Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponível em discente.farias@gmail.com.
Que escola vc é ?? :3
ResponderExcluirSou aluno de uma escola pública estadual, situada em um pequeno município do interior do Rio Grande do Sul. Atualmente curso o terceiro e último ano do Ensino Médio.
ExcluirSou professora de Filosofia e Historia no Maranhão e Pará. Gostei das questões e são sábias as respostas.
ResponderExcluirParabéns para vc e para a professora.
Saudações, Joselda Nascimento, seja muito bem-vinda ao Diálogo Livre!
ExcluirModéstia a parte, obrigado pelos seus elogios!
Fico muito feliz em saber que o Diálogo Livre possui dentre seus leitores professores de diferentes regiões do Brasil.
Espero contar com suas visitas ao blog mais frequentemente, bem como com sua participação através dos comentário ou e-mails, afinal, este é um espaço destinado ao Diálogo, a troca de opiniões.
Atenciosamente,
Pode me responder duas perguntas?
ResponderExcluir1- Como explicar as insatisfações do coração?
2- Como seriam as filosofias de vida de um bandido,de um heroi,de um santo ?
Saudações, Angélica, seja muito bem-vinda ao Diálogo Livre!
ExcluirSuas perguntas são bem difíceis e muito interessantes. Parabéns! Eu vou tentar respondê-las de forma clara e satisfatória, segundo minhas convicções - portanto sinta-se livre para discordar, argumentar e questionar.
Com relação a demora em contestá-la: precisei refletir um pouco sobre o(s) assunto(s). Minha semana foi um tanto atarefada, então deixei para o final de semana, que é mais tranquilo.
Bom, vamos às respostas:
1. Como explicar as insatisfações do coração? Quando te referes a “insatisfações do coração” te referes aos sentimentos humanos. Bom, se algum dia alguém conseguir compreender os sentimentos, esse alguém será ou a pessoa mais feliz do mundo, ou a mais infeliz, ou ainda a mais apática. Séculos de poesias, filosofias e o mais não bastaram para que a humanidade conseguisse sintetizar, explicar seus sentimentos, seus conflitos emocionais. As insatisfações do coração são nossas genuínas frustrações, creio. Nossa razão sempre nos exorta a agirmos da forma que não nos prejudiquemos; que nunca façamos nada que vá de encontro às leis e convenções sociais. Nossa racionalidade é como uma linha reta, não aceita contradições como verdade: sim é sim, não é não. Nossos sentimentos, por outro lado, possuem um caminho mais sinuoso, conceitos mais complexos - por isso nosso "coração" e nossa razão costumam conflitar. Os sentimentos propõe uma entrega simplesmente; eles não requerem nada em troca, não medem danos ou lucros. Quando amamos, por exemplo, agimos de maneira que a razão censuraria - "pagamos mico", às vezes ficamos um pouco menos rígidos, negligentes... Os sentimentos tem uma relação maior com o físico, com o “agora”; sentimos gratidão por uma ação em nosso benefício; raiva ou ódio contra quem nos contraria; amor por quem nos cativa por ações e/ou pelo talhe. Amamos por amar. O sexo, por exemplo, é um momento de entrega, de desejo, um conjunto de sentimentos desencadeados pelo carnal, pelo aspecto físico. Todavia, como não se pode separar o espírito do corpo, nossa razão também gera sentimentos, muitas vezes que reprimem os sentimentos físicos. As insatisfações do coração são, em suma, normalmente, a não correspondência de algum desejo, a privação de algo ou alguém, é o não possuir, ainda que, muitas vezes, elas – as insatisfações – possam ser abstratas. Em tempo: a racionalidade também tem a ver com o que é material, mas ela pesa também ideais, valores, códigos de ética e moral, enfim, um conjunto de fatores espirituais; ela é menos impulsiva que os “sentimentos do coração”, a razão tem seu próprio sentir. O amor, os sentimentos que pregam as religiões cristãs, por exemplo, está baseado no amor que Cristo prega: fortemente alicerçado sobre um complexo código de valores éticos, morais, sociais, religiosos, ideológicos que conduzem a constituição de um caráter elevado. É, portanto, um conjunto de sentimentos racionais em detrimento do sentimento físico, carnal.
Excluir2. Primeiro: eu não acredito que alguém nasça com a pretensão de ser bandido, herói ou santo. As pessoas são o que são em virtude das circunstâncias e da força de seu caráter. Como eu disse na postagem há quem seja bandido pelas circunstâncias (por exemplo, um miserável que se vê obrigado a furtar para que seu filho ou ele mesmo não morra de inanição, embora se envergonhe de agir assim, odiando sua ação – um sentimento demasiado elevado da alma humana, racional e ideológico); mas há também os fracos de espírito que frente ao primeiro obstáculo desistem e optam pelo mais sujo e fácil caminho: roubam por que querem, não porque necessitam; são trastes, pessoas inúteis e sem valor. Um herói o é porque agiu destemidamente quando todos os outros se acobardaram, desistiram. Não lembro agora de dados específicos, mas li certa vez em “Colunas do Caráter”, de Júlio Schwantes, a história de um navio que acabou batendo em umas pedras que lhe perfuraram o casco, durante uma tempestade. Das centenas de pessoas que se reuniu na margem, na manhã seguinte, nenhuma se animava a ajudar os membros da tripulação, cerca de 170 pessoas, que se encontrava em situação grave. Todos diziam ser impossível salvá-los, não havia como outro barco chegar lá sem se estraçalhar, lançar cordas era impossível, e nenhum homem em sã consciência, por melhor nadador que fosse se lançaria naquelas águas ferozes. Eis que, um jovem estudante, senão me falha a memória, universitário vê a situação e decide fazer algo. Os demais riem dele, dizem-no louco, suicida, mas ele estava convicto de fazer algo. Amarrou uma corda à sua cintura, conseguiu que alguns lhe dessem apoio, segurando a corda na margem, o jovem então se joga na água fria e agitada até o navio. Foi um esforço homérico lutar contra as forças da água, mas chegou até o navio, abraçou um membro da tripulação e se jogou de novo à água para serem puxados de volta à terra firme. Repetiu o esforço enquanto pode, até que, sem forças, desfaleceu na praia. Algumas semanas depois, quando recobrou a consciência no hospital, sua primeira pergunta era se tinha conseguido salvar todos. Infelizmente não, mas salvara cerca de 50% da tripulação. Virou herói, saiu em todos os jornais. Qual foi sua filosofia? Simplesmente decidiu que podia e iria ajudar. Arriscou a vida por um ideal: socorrer. Virou herói não porque o quis, mas por causa das circunstâncias e de sua determinação. Já o santo é uma figura mais complicada. Alguns santos possuem em suas biografias um passado bastante devasso, todavia, em algum momento de suas vidas se converteram e viveram fiéis às leis de Cristo, sem jamais as abandonarem – praticaram a humildade, a pobreza, a fraternidade, a caridade, etc.
ExcluirSe ainda não é bastante claro, vou tentar simplificar. Um ladrão, quando o é por escolha, é um derrotista, alguém incapaz de lutar, de encarar a vida, escolhe o caminho mais fácil, vive à custa da luta alheia. O herói é aquele que simplesmente decide fazer o que ninguém mais tem ou teve coragem para fazer em relação ao bem de outrem; é um indivíduo destemido, que age em nome de determinados valores e de sua consciência. O santo é semelhante ao herói, à diferença é que todos podem ser santos sem arriscar-se; santo é aquele que vive de acordo a um conjunto de preceitos sem fugir dele em momento algum, nem mesmo quando o seja favorável. O que o herói e o santo têm em comum é que ambos abnegam-se em favor do próximo necessitado, ambos vivem fiéis às suas consciências e aos seus valores, sem jamais deixarem-se demover ou acobardar, ainda que isto signifique a morte. Eles têm o que nós chamamos de dignidade.
Em tempos de tantas relações via Smartfones de diversos aplicativos de redes sociais o dialogo está ameaçado ou está se criando uma nova era de diálogos?
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