Nossa sociedade evoluiu muito em termos tecnológicos, filosóficos e cognitivos. Hoje, com o auxilio de computadores e outras máquinas, somos capazes de realizar vários serviços simultaneamente. Por um lado otimizamos o tempo e a prestação de serviços, por outro, nos tornamos subservientes do tempo, do relógio. Temos itinerários cada vez mais acerbos. Vivemos numa infinda maratona contra o tempo, seja para chegarmos no horário certo à escola, no trabalho, ou então, nalgum compromisso pessoal.
Em meio a toda essa agitação dos tempos atuais, vamos nos tornando estressados, irritadiços, irrelevantes com tudo e todos. Por falta de paciência acabamos nos exasperando e tornando uma situação contornável em algo polêmico.
Tempos atrás, fui a uma livraria e papelaria no centro de uma cidade; uma senhorita bastante atenciosa estava a atender três outros clientes, mais a mim. Como estava de férias, não tinha eu mínima pressa. Via-se, porém, claramente que a funcionária estava cansada e agia o mais rápido possível para atender a todos. Uma senhora que analisava determinado material, sem perceber creio, o sobrecarrego da atendente, tachava-a, balbuciante, de incompetente de forma exacerbada pela demora na busca de certa pasta. A funcionária, no entanto, mesmo ouvindo as acres queixas, continuava seu serviço, sem nada comentar e, apesar do visível cansaço e do estresse da situação, mantinha a mesma atenção com os clientes da loja e o ar de simpatia.
Chamou-me atenção a contrastante conduta de ambas. Uma, apesar do estressante contexto, manteve a calma, e com paciência realizou seu serviço e evitou uma discussão. A outra, não tinha a menor paciência, sequer reparou no cansaço da funcionária.
Presuma que a funcionária não tivesse paciência e reagisse. O que sucederia?!
Paciência é uma virtude a ser cultivada, graças a ela evitamos muitos dissabores, assim como fez a funcionária da papelaria.
Como disse Rousseau: “a paciência é amarga, mas seus frutos são doces”. Muitas vezes, quando confrontados temos ímpetos de revidar, ou então quando nos outorgam uma tarefa árdua temos vontade de desistir, no entanto, com serenidade relevamos e seguimos em frente. Mais adiante, percebemos que adotamos a postura correta e evitamos infortúnios.
Vivemos em uma sociedade competitiva, nem sempre conseguimos atingir, num primeiro momento, nosso objetivo. Precisamos de paciência para aceitar a derrota e perseverança para ir adiante.
Paciência, de tão rara virtude pode ser interpretada erroneamente como cobardia e, até mesmo chegar a irritar a outrem dela desprovido.
[...] Em certas ocasiões é preferível relevar a revidar.
Ouvir boa música, ler um agradável livro, caminhar por uma paisagem de aspecto bucólico, são coisas saudáveis ao corpo e a mente, agentes da calma e da paciência.
O.B.S.: O presente foi elaborado à aula de Literatura em ocasião da prática textual relacionada ao texto poético “Passarinho”, de Mário Quintana.
Farias, M. S. "Paciência...". Setembro de 2011. www.livredialogo.blogspot.com
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