quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Já fomos bem mais inteligentes...

Recentemente, o jornalista Carlos Nascimento do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), iniciou o telejornal observando:

“Ou os problemas brasileiros estão todos resolvidos ou nós nos tornamos perfeitos idiotas. Porque não é possível que dois assuntos tão fúteis possam chamar a atenção de um país inteiro. Primeiro, um programa de televisão em que se discute um estupro, que por si só, já é um absurdo, negado pelos protagonistas. Segundo, uma pessoa que ninguém conhece vira uma celebridade da mídia, somente porque seu nome apareceu milhões de vezes na internete. Luíza já voltou do Canadá, e nós já fomos mais inteligentes!” (Carlos Nascimento).

Há muito nossa sociedade acomodou-se de forma tal que deixou de avaliar com sensatez o grau de relevância e de qualidade das informações. Ao passo que um país inteiro se volta a discutir sobre esse suposto caso de estupro e sobre esta menina (Luíza), o Senado Federal continua funcionando, debatendo leis e medidas que nos afetarão de todas as formas. E nós eleitores que deveríamos estar sempre acompanhando o labor de nossos políticos deixamos passar por despercebido os atos destes.

Sabemos queixar-nos da corrupção, mas o que fazemos além de criticar? Nada. Se ao menos nos organizássemos de forma a protestar em favor de um ideal para por fim a essa libertinagem política da mesma maneira que torcemos por um time de futebol; com a mesma atenção que damos ao Big Brother; com o mesmo afã pelo carnaval e coisas afins, teríamos, quiçá, uma política com mais equidade, ética e moral; políticos que cumprissem com seu papel trabalhando em prol dos interesses do povo brasileiro e não em benefício próprio.

Urge a necessidade de que tenhamos uma educação melhor, mais cultura, mais capacidade analítica. Precisamos de educação de qualidade. Precisamos de jovens que tenham interesse pelo estudo, pela cultura, pelo seu futuro, pelo porvir da pátria. Um país que tem educação de qualidade e jovens bem formados tende a prosperar, nunca o contrário. Todavia, precisamos parar com este pseudo-moralismo, com esta visão deturpada de “politicamente correto”.

Ante nós há uma cortina de fumaça que nos impede de ver o que se passa realmente no campo político. Essa cortina é constituída de informações tais como essas mencionadas pelo jornalista, que ganham tanto destaque a ponto de ofuscar o que realmente merece atenção. Que esta crítica feita por Carlos Nascimento sirva-nos para alertar da realidade e do que realmente necessita ser observado e do que precisa ser deixado de lado.

A juventude representa a segurança de um futuro à humanidade, é peça fundamental de toda a sociedade. Hitler sabia disso a ponto de criar e obrigar a participação de crianças e jovens das instituições da Juventude Hitlerista que pregava e ensinava o ideal abominável desse personagem dantesco da história mundial. Todavia, isso indigita o grau de relevância da juventude no contexto social global. Porquanto, se faz necessário que a educação dos adolescentes seja a melhor possível e, que seus sensos analíticos sejam bem desenvolvidos para não se deixarem manipular.

A televisão brasileira precisa investir em programação de qualidade, que leve cultura aos telespectadores, programas estes que sejam exibidos em horário nobre. A Rede Globo, por exemplo, põe os programas educativos em horários praticamente proibitivos. O Galpão Crioulo além de ser exibido unicamente aos domingos é transmitido às 06h25min; outros programas, a exemplo do Globo Educação, são transmitidos nessa faixa de horário, muitas vezes com duração inferior a 60 minutos. Não obstante, futilidades do gabarito do Big Brother Brasil e novelas são transmitidas em horário nobre com duração considerável.

Fica claro que o objetivo não pode ser outro do que o de “emburrecer” o telespectador. Só se vê influenciar de uma forma ou outra ao consumo de bebida alcoólica; ao uso de violência;  condutas imorais, antiéticas, de desrespeito ao ser humano.

Onde está o incentivo à Literatura, à boa música, à Arte, à cultura, à educação?

“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”. (Sêneca).

“Os jovens são o futuro da nação, a educação o futuro dos jovens.” (Farias, M. S.)

     Farias, M. S. “Já  fomos bem mais inteligentes...”. Janeiro de 2012. www.livredialogo.blogspot.com  
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