Posso garantir que minha infância foi ótima, eu tinha tudo, minha mãe ficava comigo para meu pai trabalhar e eu tinha muitos amigos que me davam toda a atenção possível. Mas tinha alguém que era especial e que ficou na minha memória.
Tenho poucas lembranças, nos vimos pela última vez aos quatro anos, mas é o suficiente.
Éramos vizinhos e vivíamos grudados como irmãos, confesso que eu era mandona e comandava tudo, mas ele não se importava, até gostava de obedecer.
Convivemos pouco tempo, mas foi suficiente para nos tornarmos amigos.
Alguns meses após eu completar cinco anos, fiquei sabendo que minha família iria embora daquele lugar no dia seguinte.
Não me lembro de muito deste dia, já era noite quando eu estava indo embora, chorava muito e só pude vê-lo de longe. Desde então nunca mais o vi.
Os anos se passam e eu comecei a me perguntar sobre ele, como seria seu rosto, eu tinha curiosidade e precisava saber.
Quando recebi uma ligação de uma amiga, dizendo apenas que queria me encontrar.
Fiquei em estado de choque quando vi com ela o amigo que nunca tive notícias há mais de dez anos. Eu não sabia o que fazer, nem o que dizer. Não havia o que dizer, eu mal conseguia olhar para ele.
Hoje somos amigos e estudamos na mesma escola, mas nos falamos muito pouco, apenas o meu nome é o que ele lembra.
Pereira, Joana. “Saudades”. Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com/
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