O uso de uma linguagem mais informal, não sectária as convenções gramaticais em ambientes virtuais como, por exemplo, “Messenger” e outros sites de conversação instantânea não são de todo repreensível; é uma forma que a grande maioria dos utilizadores destes espaços encontrou para comunicar-se mais rapidamente, poupar tempo à escrita utilizando-se de abreviaturas, por exemplo.
Todavia, este tipo de linguagem jamais deve ser incorporado ao quotidiano laboral, escolar etc., pois ele não condiz com as normas de escrita, não pode ser universalmente compreendido como o é o vocábulo devidamente empregado. Afim de que se faça compreender e efetivamente comunicar, deve-se utilizar o vernáculo adequadamente, recorrendo-se ao padrão formal/culto sempre que o contexto exigir.
Os jovens sob a influência de vogas ou pela necessidade de se destacarem de alguma forma, mesmo que em grupos os quais se digam “indignados” com as normas sociais, desenvolvem uma forma particular de comunicação, adotando neologismos, gírias; leves ou graves distorções do idioma que muitas vezes são compreensíveis apenas a seus utilizadores assíduos.
Este tipo de linguagem, a meu ver, é um tanto prejudicial, afinal, pode torna-se um hábito, viabilizando, pelo desuso, a corrupção do domínio do idioma, a capacidade de ler e interpretar todo o tipo de escrito – dos mais arcaicos títulos literários aos mais coevos, por exemplo.
Quando comecei a estudar mais ativamente o uso culto do vernáculo, busquei, a princípio, incorporá-lo a meu quotidiano, porém, muitas vezes não me fazia compreender, sobretudo, dentre os demais adolescentes. Determinado dia, uma professora amiga falou-me do “filtro social”, isto é, adotar um nível, um padrão de comunicação de acordo ao contexto em que se encontrar. Não se pode, por exemplo, pretender comunicar com um indivíduo de pouca ou nenhuma formação acadêmica utilizando-se de um padrão culto, da mesma forma que não é possível, tampouco de bom-tom dirigir-se a uma autoridade, qual a Presidente da República em linguagem informal, trivial.
O desenvolvimento de uma linguagem própria à internet, de certa maneira, indigita a capacidade que possui o idioma de ser “moldado”, caracterizado; não obstante, tal linguagem deve circunscrever-se ao mundo virtual, a situações de descontração, qual em uma conversação com familiares ou amigos, ainda que, seja recomendável o uso do idioma sem abreviaturas, sem gírias ou neologismos; que se explore a capacidade de expressar e comunicar que a Língua Portuguesa possui, sobretudo quando empregada adequadamente, quer seja em situações informais como formais.
“A expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível.” (José Saramago).
Farias, M. S. "Linguagem virtual bastante real." Dezembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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De fato nobre amigo...
ResponderExcluirOs meios de educação - as escolas, as Universidades, os legisladores , deveriam estar atentos a certos tipos de comportamento e linguajar de nossa população mais jovens, uma vez que o índice de analfabetos continua a existir. Não sabem analfabetos, apenas os que não sabem ler, mas também os que estão limitados gramaticalmente e verbalmente.
Àqueles cujo conteúdo literário é desprezível..e não se põe a favor dos livros, mas preferem ler as sinopses - quando não muito a introdução e a conclusão do que está sendo dito, pelo autor.
A aprovação em massa , nas escolas de nível fundamental, ajuda a criar uma geração de semi-analfabetos, e o pior digitalizados, e on-line 24hs...
Abçs..amigo