Semana passada, conversando com um amigo, esse recordava que certo acadêmico havia escrito que a maneira mais fácil de dominar um povo é aculturando-o. Tal prática pode dar-se ou pela imposição de uma nova cultura ou minando-se a cultura já existente. Hoje me deparo com um texto, compartilhado por alguns antigos professores, de autoria de Juremir Martins no qual ele discorria sobre a "farsa" da Revolução Farroupilha e criticava arduamente os festejos da Semana Farroupilha. Ora, não há aí outra coisa se não uma crítica ácida e desconstrutiva à qual não identifico outra intensão que a de apagar os costumes tão sólidos de um povo em detrimento das crenças e ideologias do próprio colunista.
A cultura de nosso Estado é fortemente ancorada no movimento Farroupilha, nos valores por ele defendidos; no ideal democrático e mesmo liberal que esse representou. A Semana Farroupilha comemora a lembrança de que um "povo que não tem virtudes acaba por ser escravo". Lembra-nos dos costumes do homem do campo e da altivez do povo gaúcho que não aceita que lhe pisem no pala.
A Revolução Farroupilha pode ter sido começada pelos fazendeiros e charqueadores, mas isso não a diminui ou desmerece. Mas, vindo de um jornalista medíocre como Juremir Martins, não se poderia esperar outra coisa.
E, por favor, jamais nos esqueçamos do real significado desse trecho de nosso amado Hino: "Povo que não tem virtude acaba por ser escravo". Não permitamos que nos diminuam, que desfaçam de nossos costumes. Nossa cultura é ser gaúcho, mesmo que nem todos usem pilcha, que entendam do campo ou falem "à moda da casa"; ser gaúcho é muito mais: está na têmpera dos homens e mulheres que nascem e crescem neste chão. Nossa cultura é nossa identidade! Sem identidade quem seriamos? E, mais importante, a quem e com qual propósito interessa apagar nossa identidade?
"Mostremos valor constância, nesta ímpia injusta guerra...".
Farias, M.S.
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