Após o fim da Segunda Guerra houve uma espécie de divisão global do poder. Dentre as regiões que haviam sido ocupadas pelo Japão – então aliado do Eixo – a Coreia acabou sendo disputada pela U.R.S.S., que estabeleceu suas tropas ao norte e pelos E.U.A., que se posicionaram ao sul.
Essa disputa entre os E.U.A. e a extinta U.R.S.S., denominou-se Guerra Fria. Esta denominação dá-se em razão do caráter puramente ideológico da disputa entre as partes supracitadas, ou seja, não houve conflito bélico.
Os E.U.A. representavam o capitalismo, conquanto que a U.R.S.S. o socialismo. Alguns autores chegam a dizer que essa disputa dividiu o mundo ao meio. Figura de linguagem a parte, a Guerra Fria literalmente dividiu a Coreia ao longo do paralelo 38ºN. A Coreia do Norte manteve-se ao lado da U.R.S.S., em regime socialista/comunista e a Coreia do Sul ao lado dos E.U.A., em regime capitalista/republicano.
A tentativa frustrada de se realizar livre eleição em toda península coreana em 1948 frisou profundamente a divisão entre ambas as Coreias, que estabeleceram formalmente um governo ditatorial de ideologia Junche – algo como o nosso marxismo, porém, totalitário (Coreia do Norte), e outro de direita (Coreia do Sul). A tensão no paralelo 38ºN aumentou, pois cada Coreia reivindicava para si a soberania total sobre a península, de modo que em 26 de junho de 1950, eclodir a guerra entre ambas as Coreias, cada qual apoiada pela potência a que se mantivera fiel.
A ONU – outro produto da Segunda Guerra – propôs em 1953 um armistício, que foi aceito. Em 1991 a ONU reconheceu a soberania dos dois Estados.
Como a situação de guerra nunca foi extinta, apenas o conflito bélico suspenso – armistício – as Coreias permanecem em guerra ainda hoje. A relação diplomática entre elas ao longo dos anos é bastante sensível e marcada por inúmeros e graves incidentes.
A corrida armamentista prossegue ainda hoje, em nível nuclear, sendo esta a razão do atual mal-estar entre as Coreias do Norte e do Sul. A primeira declarou estar produzindo armas nucleares e que iria/irá promover testes de tal armamento. A segunda, temorosa de ser atacada, põem-se contra.
O fato é que a Coreia do Norte é um dos países mais fechados do mundo, não se sabe qual é, realmente, a capacidade bélica desse país, não existem dados oficias ou plenamente confiáveis acerca. A tensão entre os dois Estados é crescente, bem como na comunidade internacional. Os norte-coreanos ameaçaram inclusive a América, mais precisamente os E.U.A. Por ora, cabe a ONU atuar, todos os países deverão acatar as decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas que tenta resolver pacificamente a questão, embora possa, em última análise, adotar uma intervenção militar com sanções político-diplomáticas.
As Coreias são, por assim dizer, as últimas trincheiras da Guerra Fria. Caso a ONU falhe, corre-se o grave risco de o mundo presenciar mais uma guerra sangrenta, virtualmente mundial.
Farias, M. S. "Tensão entre as Coreias". Maio de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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