O governo getulista pode ser dividido em três grandes fases: governo provisório (1930 a 1934); governo constitucional (1934 a 1937); ditatorial (1937 a 1945).
Getúlio Vargas é uma das figuras políticas mais representativas do Brasil e, também, uma das mais difíceis de definir. À época em que governou dividiu opiniões. Foi ditador, foi democrático, foi polêmico, controverso. Não obstante foi responsável pelo desenvolvimento econômico, pela nacionalização e valorização das riquezas do Brasil. A ele devemos a criação de importantes empresas estatais como, por exemplo, a Petrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional e Usina de Volta Redonda.
Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente de ações assinaladas pelo investimento no Brasil. A pesar de criar obras de infraestrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, foi na área trabalhista que deixou sua marca. Sua política econômica gerou empregos no país e suas medidas na área do trabalho favoreceram os trabalhadores e a ele mesmo.
Fez a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), evitando assim, a exploração do operário, que dantes era obrigado a trabalhar até a última gota de sangue. Ao defender o operário e acabar com os desmandos das empresas, Vargas comprou briga com os empresários, mas garantiu sua aclamação popular.
Getúlio Vargas era um homem preocupado com o desenvolvimento do Brasil, com o direito dos trabalhadores, educação e saúde - e com os políticos que não se envolviam integralmente pelo desenvolvimento da nação. Era também muito rigoroso com as suas determinações.
Assumiu o governo em um período de crise econômica e ainda assim foi capaz de governar e promover mudanças significativas no país, com seu jeito nacionalista.
De 1939 a 1945, o mundo foi abalado pela Segunda Guerra mundial. Dois grandes grupos de nações se enfrentavam: de um lado, as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão); do outro, as potências aliadas (lideradas pela Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética).
Getúlio Vargas procurou manter o Brasil em posição de neutralidade e, com isso, tirar proveito do conflito mundial para obter vantagens econômicas para o país. Em seu ministério, havia tanto simpatizantes das potências do Eixo, como defensores das potências aliadas.
A partir de 1941, o Brasil começou a fazer acordos internacionais para apoiar os Aliados. Mas, em troca de seu apoio, o governo Vargas conseguiu arrancar dos Estados Unidos grande parte do financiamento para a construção da Usina de Volta Redonda (obra de grande importância para a industrialização do país). De sua parte, o Brasil comprometeu-se a fornecer borracha e minério de fero para os Aliados e permitiu que militares norte-americanos fossem enviados para bases militares instaladas no nordeste.
A Alemanha logo reagiu à cooperação do Brasil com os Aliados. Entre fevereiro e agosto de 1942, submarinos alemães torpedearam e afundaram nove navios brasileiros, matando mais de 600 pessoas. A agressão militar nazista provocou indignação nacional. Multidões se reuniram em várias capitais pedindo guerra e vingança contra os alemães.
Em 31 de agosto de 1942, Getúlio declarou guerra às potências do Eixo. E, aos poucos, o Brasil começou a preparar um plano para o envio de soldados brasileiros aos campos de batalha.
Em 1944, partiram para lutar na Itália as primeiras tropas da FEB – Força Expedicionária Brasileira -, comandadas pelo general Mascarenhas de Morais. A FEB deslocou para a Itália mais de 25 mil soldados, que participaram de diversas batalhas sendo a mais importe a de Monte Castelo.
Sentido que o movimento Liberal tomava força no país, Vargas foi abrindo caminho à democracia e, em fevereiro de 1945 fixou prazo para a nova eleição presidencialista.
Nesse período, aproveitando sua popularidade pelo queremismo, tentou estabelecer a Lei Anti-truste que limitava o envio de valores de empresas estrangeiras no Brasil para exterior. A lei foi vetada pelo Congresso Nacional dada à pressão dos empresários.
Em 29 de outubro de 1945, foi obrigado a renunciar, acabando assim o Estado Novo ou Era Vargas, seus 15 anos de governo ininterruptos.
Após o governo Dutra, Getúlio voltou ao poder pelos braços do povo, mas sua política nacionalista provocava o desagrado das empresas estrangeiras e aos ditos “entreguistas”. Com o apoio da UDN começaram a tramar a sua queda. Acusavam-no na mídia de corrupção e ladroagem.
Foi pressionado a renunciar, mas se negava a fazê-lo. Não tinha forças de reagir, então se suicidou em 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete, então sede do governo, deixando uma carta-testamento na qual dizia: “[...] Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram o meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”.
Farias. M.S. "Período Getulista". Julho de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported. Deve ser citada conforme especificado acima.
Farias. M.S. "Período Getulista". Julho de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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ResponderExcluirEm resumo; a situação do povo não melhorou muito. Pois os trabalhadores não possuíam a liberdade de se manifestar, para reclamar seus direitos. Mesmo Getúlio Vargas apresentando uma propaganda de: " pai dos pobres e dos trabalhadores".
ResponderExcluirDe fato: Getúlio entrou para a história e os acusadores para debaixo do tapete. E nossa memória nacional "quase" cíclica insiste em repetir crises para prejudicar somente uma classe social. Os mais pobres de sempre...
ResponderExcluirGETÚLIO VARGAS FOI UM GRANDE HOMEM SÓ NÃO FEZ MAIS PELA POPULAÇÃO BRASILEIRA POR PRESSÃO DA OPOSIÇÃO ELE SEMPRE TINHA UM OLHAR DIFERENCIADO PARA A POPULAÇÃO MAIS CARENTE
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