Dia dos professores, data
tradicionalmente ignorada, este ano recebeu especial atenção de um feriado.
Justo, afinal, cabe aos professores uma responsabilidade amedrontadora: modelar
cidadãos, formar profissionais e, assim, cuidar do arcabouço de um país. Ser
professor é bem mais que uma vocação ou simples escolha de uma profissão, e sim
assumir a postura sacra daquele que leva a Luz do Saber àqueles que vivem na
escuridão de um universo de horizontes ínfimos, incapazes de contemplar e
compreender a beleza das estrelas mais distantes... Todo aquele que toma para si esta tarefa
árdua e consegue produzir, irradiar e transmitir a Luz torna-se um
"Pontifex Maximus", isto é, seguindo-se o Latim à risca, o máximo construtor
de pontes - não no sentido ortodoxo, mas pontes entre realidades, entre
conhecimentos, promovendo, destarde, a evolução do ser.
Curiosamente não são todos os que
conseguem desenvolver este dom da Luz; muitos se apagam durante o correr dos
anos por inúmeras razões, outros, no entanto, nem chegam a alcançar o brilho e
tornam-se guias à deriva de qualquer clarão...
O trabalho de construir pontes,
como se é de supor, não é fácil. Nem sempre o terreno é plano ou o abismo tem
fundo próximo, de modo que é necessário projetar, construir e mesmo revitalizar
bases, construir diversos vãos até formar a ponte completa que permitirá que o
peregrino contemple à luz do Saber novas terras e, à medida que avança,
tornar-se um dia ele próprio capaz de iluminar o caminho e construir suas
travessias...
Se o mentor não for hábil ele
deformará seu aprendiz, pois não será capaz de levar-lhe luz ou construir-lhe
as pontes necessárias e simplesmente o puxará pelas mãos e o conduzirá por
pontes já feitas. Deste modo o aluno jamais aprenderá atravessar as pontes, a
criar coragem de ir além, de passar por sobre abismos, tampouco aprenderá a
construir ou a contemplar a luz.
Professores, de fato, são poucos.
São cada vez mais raros os que amam sua profissão e a ela se dedicam de uma
maneira tão insana que simplesmente não a concebem como trabalho, como algo que
remeta a um instrumento medieval de tortura, mas como uma extensão de sua alma.
São estes os que se tornam admiráveis, que conquistam uma classe sem muita
dificuldade, que, igualmente, fazem a sala de aula ficar com um cheiro
insuportável de neurônio queimado (risos).
Tive muitos educadores - e outros
muitos eu ainda terei - mas professores, de fato, foram poucos. Poucos mas
eternamente memoráveis.
Por isso, hoje, em face de
tamanho menoscabo da educação e de seu profissional neste país é que mais do
que nunca se deve cumprimentar respeitosa e orgulhosamente aos Professores. Por
favor, jamais permitam que esta data torne-se um sinônimo de pesar e
lembrem-se: labor omnia vincit!
Farias, M.S.: "Àquele que leva a Luz do Saber". Outubro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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