"Olá guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que diz o vento que passa?"
"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti, o que diz?"
"Muita coisa mais do que isso,
Fala-me de muitas outras coisas.
De memórias e de saudades
E de coisas que nunca foram".
"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti".
Pessoa, Fernando, (1888-1935). Poemas de Alberto Caeiro: obra poética II. Porto Alegre, L&PM, 2010. p. 52-53.
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