Sexta-feira na aula de Literatura
esta questão veio à tona e para tentar achar uma reposta satisfatória
resolvemos por pesquisar a etimologia de "Presidente".
Eis que achamos o seguinte no
dicionário "Houaiss": "... do Latim praesìdens, éntis,
particípio presente de praesidére ‘estar assentado adiante, ter o primeiro
lugar; estar à testa de, dirigir, administrar' [...]".
Pode-se notar que a palavra
"praesidere" é formada pelo prefixo "prae", que designa
superioridade, além do que, como advérbio tem o sentido de
"defronte", "diante"; como preposição de "em
frente"; "adiante de". O sufixo "sidere" que, segundo
as informações obtidas, significa "sentar/sentar-se". Logo, por
analogia "praesidere" é aquele que "senta-se adiante de"
por ser superior de alguma forma; ou ainda "aquele que está sentado em
frente de".
"Praesìdens", como dito
pelo dicionário, é particípio deste verbo ("praesidere") e, os
particípios são essencialmente palavras que podem constituir um processo verbal
ou ter função adjetiva. Segundo o site "Tradutor Profissional",
"[...] O lado adjetivo da palavra latina pertence à segunda classe, que
segue a terceira declinação. Adjetivos latinos da segunda classe têm uma só
forma para o masculino e o feminino. [...]". Desta forma, aquele que
estiver sentado à frente, seja homem ou mulher, será "praesìdens".
Na formação da palavra
"presidente" é adicionado ao verbo - "praesidere" - o
sufixo "-nte" que é um formador de adjetivos e substantivos em Língua
Portuguesa, mas que em Latim, segundo os dados obtidos, serve como um
tradicional formador de particípios ativos de verbos. Destarde, conforme se foi
substantivando o adjetivo também se foi mantendo o uso e a flexão, de forma que
etimologicamente substantivos e adjetivos terminados em "-ente" são comuns de dois
gêneros. (Ex.: paciente; docente; discente; infante; delirante; adolescente;
crescente; assistente, etc.).
A equipe do "Léxicon",
responsável pelo "Aulete", avalia ainda que substantivos e adjetivos
terminados em "ente" não apresentam flexão de gênero, pois do
contrário deveríamos dizer "a presidenta está contenta por que foi uma
estudanta e adolescenta impecável e ora assume a chefia do Brasil".
Embora pela etimologia
"presidenta" seja um erro, é preciso dizer que o uso dessa palavra
não foi criação da Dilma, pois consta em nossos dicionários desde 1972 - ou
antes, até. Na época, contudo, ela não apenas designava a mulher que preside,
como também a esposa do presidente.
Possivelmente,
"Presidenta" tenha surgido por associação à "infanta" que,
segundo o dicionário Aurélio lá da escola - cuja referência trago segunda-feira
- já consta de documentos desde o século XVIII - e que pela etimologia é também
errado.
No Brasil o emprego de Presidenta
foi engessado pela Lei Federal nº 2.749, de 1956, do senador Mozart Lago
(1889-1974), que haja vista ignorou o fato de a palavra ser
"hermafrodita". E Dilma Rousseff, num ato extremamente feminista e sem muito sentido exige por ser chamada "presidenta" e a Última Flor do Lácio que se arrebente - ou será rebenta?!
Cabe, por fim, reafirmar o que
disse Sérgio Nogueira em sua coluna no "G1": "O problema deixa
[...] de ser uma dúvida simplista de certo ou errado, e passa a ser uma questão
de preferência [...]", infelizmente!...
Referências
http://www.tradutorprofissional.com/a-presidente-ou-a-presidenta/
http://patrialais.blogspot.com.br/2010/09/marina-silva-ugt.html
http://pt.wiktionary.org/wiki/presidente
http://pt.wiktionary.org/wiki/-nte
http://g1.globo.com/platb/portugues/2010/11/01/a-presidente-ou-presidenta/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Particípio_presente
http://revistalingua.uol.com.br/textos/62/artigo248988-1.asp
http://www.dicionariodelatim.com.br/
http://pt.glosbe.com/la/pt/
Farias, M. S. "A Presidente" ou "A Presidenta": discussão que ninguém mais aguenta!". Agosto de 2013.
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