segunda-feira, 11 de junho de 2012

Família, base magna da sociedade.

No ano pretérito elaborou-se um texto abordando sobre a importância do jovem, seu papel ante a sociedade. O texto intitulado “Jovem, o pilar do porvir” frisa que a base de uma sociedade, sua perpetuação, melhorias et coetera depende quase que unicamente dos jovens, e que portanto faz-se vital que estes recebam letramento de alta qualidade e incentivos positivos com relação à seu futuro profissional, enquanto componentes primordiais da estrutura politicamente concebida a que denominamos sociedade.

Tão relevante quanto o ambiente familiar – base dos valores ético-morais e do caráter -, é a escola, pois é nela onde serão legados os conhecimentos necessários à formação cognitiva, política, social e cultural do indivíduo. O professor assume um papel deveras importante uma vez que seja ele o transmissor não apenas de conhecimentos, como também um espelho, um exemplo a ser seguido por seus discípulos. A forma como o mestre procede na escola colabora para a composição do caráter do indivíduo aluno, pois, esta qualidade inerente, sofre em sua formação a influência do ambiente que cerca a pessoa. Destarde faz-se recomendável que, durante a infância e até mesmo durante a primeira parte da adolescência o jovem seja inserido em um ambiente com exemplos positivos à sua formação, ainda que convicções intrínsecas tenham tanto ou mais peso que o ambiente onde fora criado o individuo.

Coetaneamente observa-se que ainda muito novos, os jovens estão aderindo à criminalidade, não apenas em contextos considerados “leves” como, por exemplo, comportamentos ofensivos, como também ao terrível crime organizado e o tráfico de entorpecentes. Em decorrência disso, há surgido um assunto bastante polêmico com relação ao “E.C.A.” (Estatuto da Criança e do Adolescente) que, em suas disposições, muitas vezes, aos olhos de muitos, é ineficaz e acaba por não cumprir o seu dever: punir o delinquente e readaptá-lo à sociedade de forma a não mais incorrer em ações criminosas. Para alguns faz-se necessárias disposições mais ferrenhas e a diminuição da idade penal de 18 para 16 anos, não obstante, há quem defenda a permanência das disposições quanto à idade penal bem como as vinditas e cobram melhor aplicação do Estatuto e a contratação de profissionais capacitados e estrutura adequada das casas de reabilitação.

Os fatores que levam o jovem à vida criminal são vários, sendo mais comuns: o abandono escolar, as más condições sociais e falta de expectativa de um futuro melhor seguindo os preceitos legais da sociedade, o que faz com que estes jovens optem pela “carreira criminal”, uma vez que para o tráfico de drogas e quadrilhas não se exige aptidões acadêmicas, tampouco nenhuma burocracia, basta disposição. Um “trabalho fácil”, ao limbo da lei, com boa remuneração, enquanto que, dentro da lei, é necessário estar em constante aprendizagem, em busca de um alto padrão profissional e intelectual - em razão do mercado de trabalho cada vez mais competitivo – e esforçar-se muito para adquirir um bom emprego e receber um bom ordenado.

É preocupante o desvaler moral e ético, a inversão de valores que está se instaurando em nossa sociedade. A entropia toma conta de tal forma que, comportamentos impudicos, falta de reflexão, ações torpes e coisas afins tornaram-se “populares”, enquanto que, o pejo, a reflexão, cortesia, educação et coetera estão a tornar-se impopulares. Músicas que há três decênios seriam consideradas não apenas uma agressão à sociedade, mas também vazias e parvas, hoje são voga, em contrapartida, músicas com conteúdo, letras que são verdadeiras poesias são consideradas ridículas. O vernáculo está sendo vulgarizado demasiadamente, é lastimável tomar um romance grafado há 100 anos em uma linguagem à época tida por trivial e constatar que atualmente ela é vista como formalíssima, difícil.

O conceito de família como instituição sagrada, reduto dos bons costumes, da preparação de pessoas idôneas, decentes, está se perdendo. Durante muito tempo as famílias preparavam os jovens para o seu futuro profissional de forma bastante severa, os valores morais, religiosos e outros tantos que regem a vida em sociedade eram legados e praticados com apuro. A educação era elemento primordial da formação do jovem, a exigência de que tivessem um conhecimento erudito e reflexivo assim como um ideal de honra a ser preservado levavam a formação de um caráter agudo, de um indivíduo responsável, determinado e esclarecido. Infelizmente, hoje as famílias já não são assim, muitas sequer são formadas por um casal e legam a educação dos filhos, que deveria ser responsabilidade inalienável dos pais, à escola que deveria ter como competência única legar conhecimentos acadêmicos, culturais, desenvolver o pensamento reflexivo e lógico, enfim, as aptidões sociais e cognitivas.

Sem jovens não temos esperança de um futuro para a sociedade, tampouco de melhorá-la. É necessário mais que nunca se investir em qualidade de ensino, em profissionais mais qualificados, incentivar, sobretudo, o jovem em buscar um futuro cada vez melhor não apenas para si, mas para toda a humanidade, em aperfeiçoar-se como profissional e ser humano, com respeito à vida. Perpetuar os valores, o pejo, o respeito mútuo. Evoluir tecnológica e cientificamente, porém sem delir a estes conceitos e valores. Do jovem depende a sociedade, o jovem depende da família.

“O homem só vale pelo que sabe. Saber é poder. Os sábios ensinam pelo exemplo, e não há o que avassale o espírito humano mais suave e profundamente que o exemplo. Não deve, porém, o homem cultivar a ciência senão para utilizá-la na prática do bem”. (Beremis Samir, “O Homem que Calculava”. Tahan, Malba. Rio de Janeiro, Record, 2010. 300 p. 79° ed.).

“A família é base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que lhes guiam durante toda sua vida.” (Beato Papa João Paulo II).

“O futuro depende, em grande parte, da família, leva consigo o porvir mesmo da sociedade; seu papel especialíssimo é o de contribuir eficazmente com um futuro de paz.” (Beato Papa João Paulo II).





Farias, M.S. "Família, base magna da sociedade". Junho de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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