sexta-feira, 6 de maio de 2011

Este Brasil com Z...

Em uma aula de história, durante a veemente explicação do professor sobre o conteúdo dado, batem à porta, o professor para sua narrativa, e atende-a; atiram-lhe um folheto e, sem dizerem uma única palavra, viram-se e vão se embora, deixando o mestre a “ver navios”, sem nada entender...

“É... Este é o meu Brazil, com Z mesmo, se fosse com S, isso não acontecia...”, exclamou o mestre com visível mescla de indignação e tristeza.

Vamos parafrasear...

A fala do professor, expressa o que muitos brasileiros sentem: indignação. Indignação com a falta de valores, de nobreza, de bom senso e, o mais importante de tudo, falta de educação.

É comum hoje em dia que dentro de sala de aula o professor tenha em média cinquenta alunos, dos quais quarenta e cinco por cento, não esboçam o menor interesse na aprendizagem. Dá-se por muito felizes quando conseguem ludibriar o mestre, colando na avaliação e assim obtendo injustamente uma nota alta. Enquanto um pequeno contingente de alunos passa de fato, pois esmeram-se em estudar.

Infelizmente, pelo emprego dessa lógica de que é muito mais conveniente tapear o professor para lograr resultados do que de fato aprender algo de sólido. É que nosso país é assim, cheio de políticos corruptos, maus profissionais, pessoas infantis, e por que não dizer, ignorantes.

Investem tantos recursos em coisas muitas vezes banais, deixando aos maus tratos as escolas. É comum que instituições tenham seus prédios sucateados, assim como mobiliários, sendo obrigadas a ofertar tanto aos discentes quanto aos docentes daquilo que dispõe, assim prejudicando a qualidade do ensino, muitas vezes.

De que adianta o governo investir tanto em futebol, exército, comércio etc, se deixam de lado o mais importante, a educação? Quando dar-se-ão conta de que a base de tudo, de toda a sociedade é a educação? De que, se de fato querem construir um país melhor, mais justo, democrático e evoluído têm de se investir em educação? Creio que ainda não foi percebido por nossos governantes esse fato, que com toda certeza, faz diferença, sim!

É na escola que durante nossa juventude, passamos maior parte de nosso tempo, é nela que deveríamos aprender além das disciplinas curriculares, também a preservar e agir de acordo aos preceitos morais, com ética, bom senso e educação, de forma equilibrada. Mas infelizmente, não é assim.

Professores enfrentam desinteresse dos alunos, o que muitas vezes contagia.

Ora! Lá se é coisa útil deixar de dar aulas para ir assistir a um jogo pueril em um ginásio público, distante da escola? Claro que não! É falta de consideração aos alunos que esmeram-se. É dar razão à libertinagem e a falta de aplicabilidade dos demais.

Admito, a interação escolar com a sociedade é importante, mas para assistir uma atividade que irá acontecer o dia inteiro, no caso do jogo, que todos já são veteranos em saber do que trata – gente correndo atrás de um objeto esférico, com o intuito de acertá-lo no gol adverso ao seu para marcar pontos -, não e necessário interromper as aulas.

A que ponto chegará? Vivemos em um país onde já não se valoriza a moralidade. Banalizou-se a tudo e a todos, não há mais nada que seja indesejável tratar em público. Nada mais é impudico.
A meta é tornar o Brasil um país economicamente desenvolvido, e ao que tudo indica educacionalmente falido.

“A nossa bússola moral aponta o lugar, contudo, não nos leva até lá. Isso é uma escolha nossa. Infelizmente, nossa sociedade acredita que pode fazer o que quiser sem se envergonhar disso e, enquanto assim for, toda a ação para remediar as falhas e os erros será mero paliativo.”

Aos 06 de maio de 2011.



   Farias, M. S. "Este Brasil com Z". Maio de 2011. www.livredialogo.blogspot.com
   
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Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponível em discente.farias@gmail.com.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo texto!
    Infelizmente, como dissestes, é triste ver que a educação no nosso país caminha dessa forma.
    Abraços

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  2. Simplesmente nossa sociedade esqueceu-se de que evoluir não é sinônimo de delir...

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