quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Saudades

O que tenho para dizer é algo que jamais saiu de minha mente, e que já faz parte de mim.

Posso garantir que minha infância foi ótima, eu tinha tudo, minha mãe ficava comigo para meu pai trabalhar e eu tinha muitos amigos que me davam toda a atenção possível. Mas tinha alguém que era especial e que ficou na minha memória.

Tenho poucas lembranças, nos vimos pela última vez aos quatro anos, mas é o suficiente.

Éramos vizinhos e vivíamos grudados como irmãos, confesso que eu era mandona e comandava tudo, mas ele não se importava, até gostava de obedecer.

Convivemos pouco tempo, mas foi suficiente para nos tornarmos amigos.

Alguns meses após eu completar cinco anos, fiquei sabendo que minha família iria embora daquele lugar no dia seguinte.

Não me lembro de muito deste dia, já era noite quando eu estava indo embora, chorava muito e só pude vê-lo de longe. Desde então nunca mais o vi.

Os anos se passam e eu comecei a me perguntar sobre ele, como seria seu rosto, eu tinha curiosidade e precisava saber.

Quando recebi uma ligação de uma amiga, dizendo apenas que queria me encontrar.

Fiquei em estado de choque quando vi com ela o amigo que nunca tive notícias há mais de dez anos. Eu não sabia o que fazer, nem o que dizer. Não havia o que dizer, eu mal conseguia olhar para ele.
Hoje somos amigos e estudamos na mesma escola, mas nos falamos muito pouco, apenas o meu nome é o que ele lembra.

Pereira, Joana. “Saudades”. Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com/
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Beco da Dona Santa

Numa segunda-feira, 09 de julho de 2012, à tarde, no átrio do Foro de Piratini, eu e meu amigo “Murrão” aguardávamos uma audiência. Ao falarmos de poesia, ele me deu o seguinte mote: “Beco da Dona Santa”.
Referia-se a um ponto turístico de inspiração açoriana, situado no centro histórico de Piratini, que liga as ruas centrais Bento Gonçalves e Daltro Filho (pela primeira, defronta-se com a rua de calçamento irregular que dá acesso ao prédio do Correio; pela segunda, em frente à Sociedade Recreio Piratiniense).
Dona Santa era uma senhora negra, a qual tive a honra de conhecer, nos idos de 1980. Era muito popular, proprietária de um hotel e restaurante no referido beco. Assim, não foi difícil para mim, mesmo no ambiente frio e tenso do Poder Judiciário, rabiscar estes tortos, mas sinceros versos que, após concluídos, fiz questão de ler ao “Murrão” que os aprovou e que eu agora reparto com o público leitor.
“Murrão” disse-me que quer os versos para fazer uma arte e emoldurar para afixar no próprio beco. Ficarei honrado se isso for possível.
Assim, nesta Semana da Consciência Negra em plenas atividades em Piratini, com eventos de 16  a 18 de novembro na Associação Recreativa e Cultural Treze de Maio, e com sessão solene em 20 de novembro, pela manhã, na Câmara de Vereadores, é apropriado o presente tema:

Beco da Dona Santa

Que cidade feito águia
A escutar o minuano,
Sobrevoo de coragem
Desde o passado açoriano?

E por ela toda rua
Não é nua de sentido
Tal um beco misterioso
A passar despercebido.

Uma senhora singela,
Com sua história africana,
Ali hospedou pessoas
Em sua casa espartana.

E por ser tão popular,
Esse lugar se agiganta
Na memória desta Terra:
O Beco da Dona Santa.

Que futuro feito lança
Não alcança esta ferida?
Foge o tempo que se escorre
Nesse beco com saída.”

Farias, Juarez Machado de. "Beco da Dona Santa". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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domingo, 18 de novembro de 2012

A solidão do Gigante

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.”
(Trecho do poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa, 1888-1935)

***

O gigante irrequieto contempla os minúsculos seres que margeiam seu corpo. Agrupam-se em cadeiras, barracas, embaixo de guarda-sóis, alguns estirados como em reverência. O gigante irrequieto está azul, ora verde, ora cor de chocolate. E quando o vento assanha sua pele, ele esbraveja e gesticula com os braços exagerados.

Mas a raiva maior do gigante irrequieto é quando os minúsculos seres – como mosquitos infames – abandonam em sua larga anatomia os seus variados dejetos, principalmente, os de plástico, mortais para os outros e preciosos seres que lhe são amigos de fato.

O gigante irrequieto é criador de variadas formas de vida – maiúsculas e minúsculas. Reflete o céu na extensão de suas formas, no vidro de seus olhos mudos. O gigante irrequieto tem personalidade e, por isso, se sente, invariavelmente, invadido quando seres desrespeitosos penetram, sem pedir licença, nas entranhas de seu organismo.

O gigante irrequieto tem outros irmãos de outros nomes distribuídos pelo globo terrestre e, pelo que sabe pela língua dos ventos, eles também sentem as mesmas angústias que ele. Os seres minúsculos que mais o incomodam pertencem a uma classe requintada pois, além de se locomoverem de vários modos, constroem inventos capazes de explorar as riquezas existentes no seu imenso corpo. Poucos fazem poemas e canções para sua existência exuberante. Muitos ignoram a razão de sua vida e são omissos com o que poucos planejam para sua completa subserviência.

O gigante irrequieto fecha os olhos ardidos de sal. Somente um velho poeta testemunha as lágrimas incompreendidas em plena areia.

Farias, Juarez Machado de. "A solidão do Gigante". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sentimental e racional.

Sentimentos são mesmo confusos, abstratos e um contrassenso à razão, ou antes, quase sempre à racionalidade. Fazem-nos agir de forma que a razão admoesta negativamente, têm o poder de nos transmutar a postura, o pensar, calar a razão, tomar-nos o controle, virarem um zahir: fazer-nos loucos ou santos. O mais intenso, arcabouço dos demais, e certamente o mais confuso - o amor, é um contentamento descontente: quando inflamado pela paixão nos embriaga de harmonia, paz, calma e acalento; mas também, por vezes, nos serve o oposto, sobretudo quando estamos distantes de sua motivação causadora, cuja postura pode não corresponder à expectativa que se lhe atribuiu. Ora, vejamos aqui uma palavra chave aos relacionamentos românticos: expectativa! Li certa vez que, nenhum relacionamento com pretensão de longevidade, sobretudo os amorosos, devem ser construídos sobre as expectativas que um possui em relação ao outro, e sim sobre a prontidão: um deve estar sempre pronto, disposto a aceitar o outro, a ouvir-lhe, buscar lhe compreender, a respeitar-lhe, amar-lhe... enfim, todos aqueles juramentos e todas aquelas convenções sociais que, tradicionalmente, definem a estrutura, as condições e o bem-estar de um relacionamento podem ser sintetizados no vocábulo prontidão.

Há quem prefira a estrada reta, plana, em tons de cinza que a razão oferece para viver sua vida inteira – não é a mais fácil, mas é a mais cômoda, não há grandes desilusões que sejam, normalmente, irremediáveis, afinal, sempre há causas e consequências racionais, nada como o abstracionismo, os matizes, a estrada por vezes sinuosa, com planaltos, depressões, montanhas, cheia de incógnitas e variáveis que concerne ao sentimental. Seja como for, não existe segregação entre razão e coração, ambos devem trabalhar juntos, os extremos de cada um pode levar ao ódio ou a impassividade. Quando em um relacionamento, ambas as partes devem estar dispostas a assumir as responsabilidades, a dedicar-se e tomar a postura adequada, sempre tomando por base a sinceridade completa, jamais jurando ou prometendo aquilo que não podem/querem cumprir. Não se deve jogar com os sentimentos alheios.

 “Nunca diga ‘te amo’ se não te interessa. / Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. / Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. / Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. / A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo”. (Mário Quintana).

Razão sem emoção, alma sem corpo e dever sem prazer são maniqueísmos que prejudicam o equilíbrio das coisas”. (Gabriel Chalita).

Farias, M. S. "Sentimental e racional". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Pelotas em saberes e sabores.

“A simplicidade é o último degrau da sabedoria”.
(Gibran Khalil Gibran, Poeta Libanês, 1883-1931)
***
Dia 07 de novembro foi quarta-feira e bênção de alegrias para eu e Silvia: costuramos novamente o rumo de Pelotas, a Princesa do Sul de teatros e alternativas de saberes e sabores.
Feira do Livro, a quadragésima, na Praça Coronel Pedro Osório, ofertório de cores, capas e páginas que falam com os leitores (quiçá, também com eventuais gnomos que devem brincar dentre as sombras verdes das árvores com carteira de identidade).
Na Doceria Marcia Aquino, novamente a certeza de que podemos saborear um ótimo e barato alimento sem sacrifício animal.
Na Praça palco da Feira, a Tenda Cultural “João Simões Lopes Neto”, desta vez para receber a 2ª Caravana de Escritores.
Por força dos veículos Zero Hora, RBS TV, Rádio Atlântida FM, as cadeiras logo ficaram repletas para seus ocupantes assistirem à prosa ao vivo e de corpos presentes dos escritores David Coimbra, Thedy Corrêa e Claudia Laitano,  com  o mediador Marcio Ezequiel.
Luiz Marenco, cantor e compositor nativista, estava na primeira fila, ao lado de sua esposa. A barba longa nem se movia, tal a atenção para os astros acomodados em cadeiras que falavam de suas experiências e ânsias literárias, etc.
Claudia Laitano mostrou-se fagueira, interessadíssima em falar de seu fazer-literário, de suas obras prediletas, numa simpatia contagiante, procurava responder inteiramente às perguntas de todos.
Thedy Corrêa, o vocalista da Banda “Nenhum de Nós”, mostrou-se, igualmente, simpaticíssimo, humilde, gracioso de fino humor. Disse que só tem boas lembranças de Pelotas, principalmente, do Laranjal, onde, em trio, se apresentou antes de um espetáculo de rock, e, noutra oportunidade, quando recebeu a notícia de que iriam gravar o primeiro disco.
Silvia e Juarez.
O mediador Marcio Ezequiel foi sábio na condução dos movimentos dos diálogos até quando um sujeito impertinente, a bebericar uma lata de cerveja, passou a inquirir Thedy Corrêa, sem pedir licença (que momento!!!).
Infelizmente, desafinou a caravana a arrogância de David Coimbra. Parecia estar enfarado das pessoas sentadas à sua frente, educadamente à espera de uma fala inteligente. Seu olhar era tão superior que parecia considerar a nós, assistentes, um populacho, uma cambada de chatos. Suas respostas eram curtas, e, quando não eram, procuravam impor sua autossuficiência como a de escrever o que quer, sem se preocupar em respeitar o público leitor. Quando (quando?!!!!) aprender lições de humildade com seus ilustre colegas, escreverá muito melhor.
De qualquer forma, a 40ª Feira do Livro de Pelotas veio para demarcar um espaço relevante para os livros e escritores.
Parabéns aos promotores e apoiadores, e que as cidades vizinhas – como Piratini – tenham a coragem de imitá-los.

Farias, Juarez Machado de. "Pelotas em saberes e sabores". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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domingo, 11 de novembro de 2012

Tempo...

Onde está a importância?
Passa tão rapidamente,
Começo a sentir um...
Frio!

Em minha alma,
Percebo que não tenho sentimentos,
Grito e [...] ninguém me ouve,
Choro e ninguém vê,
Corro, rapidamente,
Atravesso paredes,
De repente tudo volta,
Apenas um sonho!

Começo então...,
A dar importância,
Para a vida.
Choro pelo perdão,
Para não queimar na maldição,
Pois posso reverter,
E voltar para o lugar descrito no coração.




Morgana (M.A.R.) “Tempo...”. Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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sábado, 10 de novembro de 2012

O Que Fazer?

O que fazer?
Essa é a questão
Em um mundo de desigualdades
Onde não prevalece a união

O que fazer com a fé?
Se a cada dia sofre no irmão necessitado
Desesperada, busca uma luz salvadora
Um feixe onde mantém um espaço iluminado


O que fazer com a honestidade?
Que a cada dia se perde mais e mais no passado
É a mentira e a falta de caráter prosperando
É o certo contra o errado, então, escolha seu lado

O que fazer com a humildade?
Se a cada dia é esquecida
Luxo e fama devoram a pureza
E arrancam do ser os prazeres naturais da vida

O que fazer com a paz?
Se a cada dia foge do medo
Sempre procura uma fonte de amor
Onde possa instalar seu doce aconchego

O que fazer com o amor?
Que a cada dia vai perdendo sua beleza
Não acha seu lugar em meio às guerras
É muito ódio pra pouca pureza



Garcia, Samuel. "O que fazer?". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O amor dói!

Diálogo Livre.
O que tenho para contar é algo um tanto estranho de se acontecer.

Tudo começou com uma conversa entre dois desconhecidos, nem imaginávamos que deste em dia em diante não iríamos mais nos separar.

No começo mal nos falávamos, mas nos víamos todos os dias, foi então que começou uma grande amizade, eu me sentia como que “entre irmãos” quando estávamos juntos. Tudo era motivo parar rir, até mesmo o silêncio deixava de existir na nossa presença.

Dias bonitos, foi o que eu tive quando a conheci.

Sentia que um pedaço de mim voltava a existir, eu contava as horas para poder vê-la novamente, me sentia tão bem, mas também me sentia mal por passar a depender dela, de seus sorrisos...

Não sei o que aconteceu comigo, no começo achei que era bobagem minha, mas fui perdendo o controle, tentei negar, fugir disso... Eu não poderia, era impossível, eu tinha que evitar, mas era tarde, já não conseguia ficar em silêncio, precisava contar, mas tinha medo da resposta. Demorei a ter coragem, mas decidi que seria pior guardar isso comigo.

Por tanto tempo tive medo de perdê-la, de não vê-la outra vez. Hoje percebo que não tenho medo de nada disso, pois meu maio medo sempre será a dor de não tê-la. E não vou ter, porque somos amigos.

“Amar é abrir mão da própria felicidade por alguém que realmente merece”.

Pereira, Joana. “O amor dói”. Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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domingo, 4 de novembro de 2012

E aí, acabou a política?

As recentes eleições para prefeito e vereador foram encerradas no Rio Grande do Sul, em 07 de Outubro, com exceção de Pelotas que aguarda decisão para prefeito no segundo turno.

Isso quer dizer que os 496 municípios gaúchos conhecem seus prefeitos e vereadores eleitos e/ou reeleitos para os próximos quatro anos.

- Isso quer dizer que a “política” acabou?

- Só  porque terminou o horário eleitoral no rádio e na televisão, que as propagandas móveis sonoras cessaram, que as carreatas e foguetes acabaram, que não se distribui mais “santinhos”?...

- Errado. A política continua. Somente a política eleitoral tem uma pausa até as próximas eleições de presidente da República  a Deputado Estadual, em 2014.

Para muitos, infelizmente, “política” é só o que diz respeito a eleições, ao exercício do voto. Com isso, após votarem, abandonam sua participação como cidadãos. São, sim, meios cidadãos. Muitos esquecem em quem votaram. É difícil se esperar que tais eleitores saibam cobrar dos eleitos atitudes em prol da coletividade.

A administração pública existe para servir os administrados que somos nós, o povo. Assim, passada a eleição, o Prefeito com sua equipe de agentes políticos e os Vereadores devem observar os catorze princípios que regem a chamada “coisa pública”, dos quais os cinco primeiros estão no artigo 37 da Constituição Federal: legalidade, moralidade (ou probidade administrativa), impessoalidade, publicidade e eficiência.

Por isso, não esqueça: a política não termina nunca. Ela permeia todos os atos de nossa vida. Aconselho, a propósito,  a leitura do poema “O Analfabeto Político” do Poeta alemão Bertold Brecht que fala, de forma contundente, sobre o mal de não se dar importância à política:

“O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos. 
Ele não sabe o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, do aluguel,
do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
 O analfabeto político é tão burro
 que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil
que, da sua ignorância política,
nasce a prostituta,
o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

***
- Boa política a todos!

Farias, Juarez Machado de. "E aí, acabou a política?". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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sábado, 3 de novembro de 2012

É Tudo V1d4 L0k4.

Juventude independente
Exige seus direitos
Ingênuos, eles são crentes
De exigir o tal ''merecido'' respeito

Desobedecer os ''coroa''?
Já é algo comum
A bronca por toda casa ressoa
Quase sempre não leva a lugar algum

E assim é que funciona
''Os ''mano ''curti'' essa banda
Bã! Muito porreta, até me emociona, véi''
E assim vai pegando a onda

''Nossa véi, que roupa fera!
Tem tudo a ''vê'' comigo
Bora ''comprá'' o ''zuniforme'' e já era
Calça, corrente e um abrigo''

É óbvio que nem todos se comportam assim
Mas sempre há aquela parte ''metida''
Recebem nas mãos, do pai e a mãe o ''din din''
E saem por aí, ''gozando'' a vida

''Os ''coroa'' ''num'' manda em mim
Comigo é na base do ''cala a boca''
Sentem grande satisfação, quando dizem assim:
''Como é bom ser v1d4 l0k4''                                                                



Garcia, Samuel. "É Tudo V1d4 L0k4". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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