quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Rosas.

Se existir fé entre a humanidade
Se existir a necessidade de dizer
Se progredir a chama da verdade
Se progredir a escolha para viver
Se seguir a luta pela igualdade
Se seguir o mal, esquecer
Se conseguir a tão sonhada liberdade
Se conseguir a coragem para crer
Um novo mundo é possível
Olhe para o céu azul
E se o céu estiver escuro, lembrem-se
As rosas estão de norte a sul

O bem vive nessa terra

Não julgue como ilusão
Se der ouvidos ao mal, a esperança se encerra
Apesar de tanta desgraça, entenda a razão
O bem não se enterra
Amigo, venha comigo reverter essa situação

É na beleza das rosas

Que a fé está exposta
Nas suas cores e delicadeza formosas
Saiba que tudo que é perfeito, está a amostra

Viva somente para o bem

Não lembre das dores
Ame e dê carinho à sua rosa
Pois elas não são somente flores...


Garcia, Samuel. "Rosas". Dezembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Saudações....

Olá!
Mateus, grato pelo convite para participar deste blog.
Talvez eu não possa ser tão efetivo quanto gostaria por força das  minhas inúmeras atividades, mas quando for possível aparecerei.
Pode cobrar-me, Mateus.
Fico satisfeito em encontrar aqui, entre outro, o colega Juarez Machado de Farias, a quem deixo um abraço.
Mateus, ainda estou meio perdidão aqui ... vou necessitar de sua ajuda quando nos encontrarmos no face.
Abração e parabéns pelo blog.
Paulo Taddei

Motivação.

 É aprendendo a ser...
Que conseguimos a ter maior confiança em nós mesmos,
Nunca podemos, deixar de alimentar a ilusão,
Muitas vezes pensamos, que sobre o que
Sonhávamos, nunca acontecerá,
Com certeza, nunca se realizará, se pensarmos assim,
Devemos acreditar em nós mesmos,
Para superar os obstáculos postos,
Se hoje não consegues realizar seus sonhos,
Não desacredite,
Pois amanhã,
Quem sabe não conseguiremos,
O tão querido,
Por isso devemos ter fé,
E, acreditar no possível,
Pois tudo é,
Só precisamos nos esforçar, e,
Lutar por tudo aquilo que desejamos,
Pense na hora que estava admirando algo supremo e inusitado, foi difícil de ser erguido, demorou tempos às vezes, mas foi feito.
 Por tanto pense, que sempre realizará, nunca desacredite, que seus sonhos serão sempre realizados.

"Sabemos o que somos, mas não o que poderíamos ser." (William Shakespeare)

"Poucos são aqueles que vêem com seus próprios olhos e sentem com seus próprios corações." (Albert Einstein)

"As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem." (Santo Agostinho)


Morgana (M.A.R.) “Motivação”. Dezembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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Urbi et Orbi: para o Estado e o Mundo.



Sancti Apostoli Petrus et Paulus: de quorum potestate et auctoritate confidimus ipsi intercedant pro nobis ad Dominum.
R/ Amen.
Precibus et meritis beatæ Mariae semper Virginis, beati Michaelis Archangeli, beati Ioannis Baptistæ, et sanctorum Apostolorum Petri et Pauli et omnium Sanctorum misereatur vestri omnipotens Deus; et dimissis omnibus peccatis vestris, perducat vos Iesus Christus ad vitam æternam.
R/ Amen.
Indulgentiam, absolutionem et remissionem omnium peccatorum vestrorum, spatium verae et fructuosae poenitentiæ, cor semper penitens, et emendationem vitae, gratiam et consolationem Sancti Spiritus; et finalem perseverantiam in bonis operibus tribuat vobis omnipotens et misericors Dominus.
R/ Amen.
Et benedictio Dei omnipotentis, Patris et Filii et Spiritus Sancti descendat super vos et maneat semper.
R/ Amen.

---

Que os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, em cujo poder e autoridade temos confiança, intercedam por nós junto ao Senhor.
R / Amém.
Que por meio das orações e dos méritos da Santíssima Virgem Maria, de São Miguel Arcanjo, de São João Batista, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e de todos os santos, Deus todo-poderoso tenha misericórdia de vós, perdoe os vossos pecados e vos conduza à vida eterna em Jesus Cristo.
R / Amém.
Que o Senhor Todo Poderoso e misericordioso vos conceda indulgência, absolvição, e remissão de todos os vossos pecados, em tempo para uma verdadeira e frutuosa penitência, sempre com coração contrito, e a benção da vida, a graça, a consolação do Espírito Santo e perseverança final nas boas obras.
R / Amém.
E que a bênção de Deus Todo Poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo desça sobre vós e permaneça sempre.
R / Amém.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Linguagem virtual bastante real

O uso de uma linguagem mais informal, não sectária as convenções gramaticais em ambientes virtuais como, por exemplo, “Messenger” e outros sites de conversação instantânea não são de todo repreensível; é uma forma que a grande maioria dos utilizadores  destes espaços encontrou para comunicar-se mais rapidamente, poupar tempo à escrita utilizando-se de abreviaturas, por exemplo.
Todavia, este tipo de linguagem jamais deve ser incorporado ao quotidiano laboral, escolar etc., pois ele não condiz com as normas de escrita, não pode ser universalmente compreendido como o é o vocábulo devidamente empregado. Afim de que se faça compreender e efetivamente comunicar, deve-se utilizar o vernáculo adequadamente, recorrendo-se ao padrão formal/culto sempre que o contexto exigir.
Os jovens sob a influência de vogas ou pela necessidade de se destacarem de alguma forma, mesmo que em grupos os quais se digam “indignados” com as normas sociais, desenvolvem uma forma particular de comunicação, adotando neologismos, gírias; leves ou graves distorções do idioma que muitas vezes são compreensíveis apenas a seus utilizadores assíduos.
Este tipo de linguagem, a meu ver, é um tanto prejudicial, afinal, pode torna-se um hábito, viabilizando, pelo desuso, a corrupção do domínio do idioma, a capacidade de ler e interpretar todo o tipo de escrito – dos mais arcaicos títulos literários aos mais coevos, por exemplo.
Quando comecei a estudar mais ativamente o uso culto do vernáculo, busquei, a princípio, incorporá-lo a meu quotidiano, porém, muitas vezes não me fazia compreender, sobretudo, dentre os demais adolescentes. Determinado dia, uma professora amiga falou-me do “filtro social”, isto é, adotar um nível, um padrão de comunicação de acordo ao contexto em que se encontrar. Não se pode, por exemplo, pretender comunicar com um indivíduo de pouca ou nenhuma formação acadêmica utilizando-se de um padrão culto, da mesma forma que não é possível, tampouco de bom-tom dirigir-se a uma autoridade, qual a Presidente da República em linguagem informal, trivial.
O desenvolvimento de uma linguagem própria à internet, de certa maneira, indigita a capacidade que possui o idioma de ser “moldado”, caracterizado; não obstante, tal linguagem deve circunscrever-se ao mundo virtual, a situações de descontração, qual em uma conversação com familiares ou amigos, ainda que, seja recomendável o uso do idioma sem abreviaturas, sem gírias ou neologismos; que se explore a capacidade de expressar e comunicar que a Língua Portuguesa possui, sobretudo quando empregada adequadamente, quer seja em situações informais como formais.
“A expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível.” (José Saramago).

  Farias, M. S. "Linguagem virtual bastante real." Dezembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

“Alienação parental”: uma Lei para o bem dos filhos

“Crianças são mensagens vivas que enviamos para um tempo que não veremos.”
(Neil Postmann, escritor norte-americano)
***
Os legisladores precisam estar em sintonia com o tempo em que vivem e pensar que as leis devem se projetar no tempo e no espaço. As relações afetivas, por exemplo, são, frequentemente, temas de debates acadêmicos e de políticos com a competência para alterarem as legislações no mundo, como no caso do reconhecimento da união estável e do casamento de pessoas do mesmo sexo.

 Os filhos - crianças e adolescentes - projetarão seus pensamentos e atitudes a partir do que receberam do ambiente desde suas primeiras noções de consciência do seu papel na sociedade. Assim, é importante que, embora os afetos não mais existam entre os pais, haja um pacto de cooperação para a felicidade do filho.

Infelizmente, são muitos os casos de alienação parental, como os elencados na Lei Federal nº 12.318, de 26 de agosto de 2010: um dos pais tenta incutir no filho uma ideia negativa sobre o outro genitor; o filho é levado por um dos pais para uma cidade desconhecida, sem prévia comunicação ao outro genitor; dificultar o direito de visita ao filho por um dos genitores.

O artigo 2º da referida lei assim bem caracteriza esse fato:

“Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.”

Tive a oportunidade de acompanhar, como advogado, o caso de uma avó septuagenária que, com muita dificuldade para caminhar, subiu as escadas do Foro para lutar por seu direito de conviver com o neto de dez anos que tinha sido proibido pela ex-nora de visita-la, embora o menino demonstrasse à idosa o seu amor, por meio de acenos quando a via na rua.

Durante a audiência, o senhor Juiz, já aplicando a Lei da Alienação Parental, alertou severamente a mãe do menor para que, imediatamente, restabelecesse o contato do neto com a avó paterna pois o infante tem o direito de conviver, sadiamente, com ambas as famílias de seus genitores.

As medidas que podem ser aplicadas em caso de confirmação da alienação parental dependem de cada caso, podendo, por exemplo, implicar ao alienador determinações judiciais como advertência, obrigação de pagamento  de multa e ampliação do direito de visitas e até alteração da guarda.

Bendita esta lei que visa a saúde das relações humanas nos seios das famílias de pais separados, objetivando um clima de tolerância sempre possível para o bem das crianças e adolescentes.

Farias, Juarez Machado de. "'Alienação parental': uma Lei para o bem dos filhos". Dezembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Compreender ou julgar é só começar

Vivemos hoje inseridos em uma sociedade marcada pela violência, roubos, assaltos, agressões físicas e/ou verbais; onde na pressa do dia-a-dia e dos compromissos laborais, e também pelos conceitos estéticos e a superficialidade insuflados pela grande mídia, deixamos de analisar a fundo nossos semelhantes e adotamos uma postura muitas vezes medíocre ante aqueles que, pelo trajar ou agir divergentes de nossos padrões, consideramos perigosos ou de menor prestígio. Ao invés de adotarmos uma conduta de juízes sem autos, deveríamos buscar compreender aqueles que nos cercam, evitando assim criarmos um juízo de valor em detrimento do de fato, o que por sua vez pode-nos levar a uma postura preconceituosa.
Comum observarmos telejornais noticiarem assaltos, latrocínios, tráfico de drogas, violência et coetera em todo o país, desde metrópoles até pequenas cidades interioranas. Normalmente, vê-se associada à imagem do criminoso a de um indivíduo maltrapilho, um mendigo, por exemplo, ou então favelados. Não obstante, as dramaturgias – novelas e séries – que deveriam trazer um momento de lazer e “olvido” destas mazelas, fazem o mesmo que os jornais, introjetando no  telespectador a ideia de que, alguém dentro daquele perfil supracitado, via de regra, far-lhe-á algum mal caso se deparem, gerando assim espécie de pânico, de preconceito social.
Uma vez que tenhamos esta imagem da sociedade, não é difícil compreender o porquê de ao ver-se um maltrapilho à rua, se lhe atribuirmos um juízo de valor pejorativo, sem sequer dar-nos ao trabalho de analisarmos que este possa ser apenas mais um humilde trabalhador  lutando para poder sustentar sua família; que sacrifícios não há de fazer diariamente, enquanto nós, na estabilidade e comodidade social em que estamos simplesmente optamos por tachar-lhe bandido com base não em fatos concretos concertes a ele, e sim numa imagem estereotipada.
 Exemplo de outros contextos em que a compreensão deve ser a priori praticada, são casos de alunos com condutas rebeldes, traços de comportamento antissocial, dificuldade de aprendizado et reliqua. É sabido que a tempera de cada indivíduo, sobretudo quando na adolescência, possui direta relação “causa/consequência” com o ambiente familiar, problemas abrangendo este relacionamento podem ocorrer, prejudicando a formação e o desenvolvimento do indivíduo que, em alguns casos, acaba por corromper-se ou ser mal influenciado por terceiros que, de alguma forma, lhes dediquem a atenção e compreensão que buscam.
Desta forma, temos que a compreensão não deve se restringir ao ambiente familiar, entretanto, abranger todo o trato humano. Não somos oniscientes e, portanto, capazes de compreender as aflições e embates pessoais que cada pessoa em nosso entorno. Nosso julgo quase nunca é justo, ainda mais quando adotamos como parâmetro consensos muito gerais – tais como os midiáticos -, ou ainda apenas o que a estética, o superficial nos faz supor segundo nossos pré-conceitos. Faz-se necessário, antes de que nos consideremos “aptos a julgar” outrem, conhece-lo a fundo e pormo-nos em sua posição, avaliando se nosso agir não seria semelhante.

Farias, M. S. "Compreender ou julgar é só começar". Dezembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

“Drento”, “é fundamental”: Cacoetes e Corruptelas.

Escute muito. Valorize mais os dois ouvidos para que sua única boca somente propale palavras sábias e oportunas. A propósito, eis o provérbio árabe:  “Que minhas palavras sejam melhores que o meu silêncio”.

Porém escutar não quer dizer aceitar passivamente o que ouvimos. A propósito, eis outro provérbio: “A palavra tem um efeito nos lábios e outro nos ouvidos”.

Como não vivemos em um país de doutores, é óbvio que escutamos muitos cacoetes de linguagem e corruptelas, ou, comumente, palavras erradas.

Recente censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou 14 milhões  de analfabetos no Brasil.  Se considerarmos os critérios utilizados pelo IBGE, tais números são ainda mais temerários: hoje, é considerada alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples.
Por isso, não devemos gracejar de quem fala diferentemente da língua oficial, mas buscar entender o contexto daquele elemento de comunicação.

É  comum ouvir um agricultor falar “drento” ao invés  de dentro, “bão” ao invés de bom; ou se escutar políticos repetirem o bordão “é fundamental”, como se não houvesse outra forma de se dizer que algo é importantíssimo; ou, ainda, “faz parte”, “com certeza”, e referentemente a apresentadores de rádio e televisão: “não saia daí”.

De outro lado, uma linguagem empolada, como a típica do mundo jurídico, acaba por cansar e dificultar o entendimento dos ouvidos da maioria popular.

Vamos fazer da língua um instrumento eficiente de comunicação, sem preconceitos, de clareza quanto a nossas ideias, livre de agressões a quem quer que seja.

Para finalizar, a fim de cuidarmos bem do que dizemos, uma frase de Antoine de Saint-Exupèry, na obra “O Pequeno Príncipe”:

“A linguagem é uma fonte de mal entendidos.”

Farias, Juarez Machado de. "'Drento', 'é fundamental': Cacoetes e Corruptelas". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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domingo, 2 de dezembro de 2012

Indigesto...

       Impressionante a capacidade que certas pessoas têm de dissimular, fingir, manipular, é quase que surreal, coisa de ficção, mas infeliz fato. O mais nauseabundo de tudo é a intensidade das imprecações para sustentar as brumas do teatro, ignorantes ao fato de que o dantes títere, ora bem conhece a trama e que por estranho interesse prossegue com a atuação, porém, conhecendo deveras ao que não se quer expor. Interessante contemplar tão perfeita atuação, produzida sem esforço aparente. Longe disto ser um martírio como se há de pensar, é mesmo um palco onde aos poucos, pelo desvelar pouco tardio, se vai perdendo a complacência tão casta e naturalmente cultivada, ao passo que as máscaras caem sem que os atores se deem conta, inclusive da encenação daqueles que estes pensam ludibriar. Desta forma, quando não mais houver estômago para tanto, não terão os esclarecidos qualquer vestígio de comprazimento ante as lágrimas de crocodilo, e com inflexível determinação cerração por sempre as cortinas das ruínas teatrais.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Saudades

O que tenho para dizer é algo que jamais saiu de minha mente, e que já faz parte de mim.

Posso garantir que minha infância foi ótima, eu tinha tudo, minha mãe ficava comigo para meu pai trabalhar e eu tinha muitos amigos que me davam toda a atenção possível. Mas tinha alguém que era especial e que ficou na minha memória.

Tenho poucas lembranças, nos vimos pela última vez aos quatro anos, mas é o suficiente.

Éramos vizinhos e vivíamos grudados como irmãos, confesso que eu era mandona e comandava tudo, mas ele não se importava, até gostava de obedecer.

Convivemos pouco tempo, mas foi suficiente para nos tornarmos amigos.

Alguns meses após eu completar cinco anos, fiquei sabendo que minha família iria embora daquele lugar no dia seguinte.

Não me lembro de muito deste dia, já era noite quando eu estava indo embora, chorava muito e só pude vê-lo de longe. Desde então nunca mais o vi.

Os anos se passam e eu comecei a me perguntar sobre ele, como seria seu rosto, eu tinha curiosidade e precisava saber.

Quando recebi uma ligação de uma amiga, dizendo apenas que queria me encontrar.

Fiquei em estado de choque quando vi com ela o amigo que nunca tive notícias há mais de dez anos. Eu não sabia o que fazer, nem o que dizer. Não havia o que dizer, eu mal conseguia olhar para ele.
Hoje somos amigos e estudamos na mesma escola, mas nos falamos muito pouco, apenas o meu nome é o que ele lembra.

Pereira, Joana. “Saudades”. Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com/
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Beco da Dona Santa

Numa segunda-feira, 09 de julho de 2012, à tarde, no átrio do Foro de Piratini, eu e meu amigo “Murrão” aguardávamos uma audiência. Ao falarmos de poesia, ele me deu o seguinte mote: “Beco da Dona Santa”.
Referia-se a um ponto turístico de inspiração açoriana, situado no centro histórico de Piratini, que liga as ruas centrais Bento Gonçalves e Daltro Filho (pela primeira, defronta-se com a rua de calçamento irregular que dá acesso ao prédio do Correio; pela segunda, em frente à Sociedade Recreio Piratiniense).
Dona Santa era uma senhora negra, a qual tive a honra de conhecer, nos idos de 1980. Era muito popular, proprietária de um hotel e restaurante no referido beco. Assim, não foi difícil para mim, mesmo no ambiente frio e tenso do Poder Judiciário, rabiscar estes tortos, mas sinceros versos que, após concluídos, fiz questão de ler ao “Murrão” que os aprovou e que eu agora reparto com o público leitor.
“Murrão” disse-me que quer os versos para fazer uma arte e emoldurar para afixar no próprio beco. Ficarei honrado se isso for possível.
Assim, nesta Semana da Consciência Negra em plenas atividades em Piratini, com eventos de 16  a 18 de novembro na Associação Recreativa e Cultural Treze de Maio, e com sessão solene em 20 de novembro, pela manhã, na Câmara de Vereadores, é apropriado o presente tema:

Beco da Dona Santa

Que cidade feito águia
A escutar o minuano,
Sobrevoo de coragem
Desde o passado açoriano?

E por ela toda rua
Não é nua de sentido
Tal um beco misterioso
A passar despercebido.

Uma senhora singela,
Com sua história africana,
Ali hospedou pessoas
Em sua casa espartana.

E por ser tão popular,
Esse lugar se agiganta
Na memória desta Terra:
O Beco da Dona Santa.

Que futuro feito lança
Não alcança esta ferida?
Foge o tempo que se escorre
Nesse beco com saída.”

Farias, Juarez Machado de. "Beco da Dona Santa". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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domingo, 18 de novembro de 2012

A solidão do Gigante

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.”
(Trecho do poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa, 1888-1935)

***

O gigante irrequieto contempla os minúsculos seres que margeiam seu corpo. Agrupam-se em cadeiras, barracas, embaixo de guarda-sóis, alguns estirados como em reverência. O gigante irrequieto está azul, ora verde, ora cor de chocolate. E quando o vento assanha sua pele, ele esbraveja e gesticula com os braços exagerados.

Mas a raiva maior do gigante irrequieto é quando os minúsculos seres – como mosquitos infames – abandonam em sua larga anatomia os seus variados dejetos, principalmente, os de plástico, mortais para os outros e preciosos seres que lhe são amigos de fato.

O gigante irrequieto é criador de variadas formas de vida – maiúsculas e minúsculas. Reflete o céu na extensão de suas formas, no vidro de seus olhos mudos. O gigante irrequieto tem personalidade e, por isso, se sente, invariavelmente, invadido quando seres desrespeitosos penetram, sem pedir licença, nas entranhas de seu organismo.

O gigante irrequieto tem outros irmãos de outros nomes distribuídos pelo globo terrestre e, pelo que sabe pela língua dos ventos, eles também sentem as mesmas angústias que ele. Os seres minúsculos que mais o incomodam pertencem a uma classe requintada pois, além de se locomoverem de vários modos, constroem inventos capazes de explorar as riquezas existentes no seu imenso corpo. Poucos fazem poemas e canções para sua existência exuberante. Muitos ignoram a razão de sua vida e são omissos com o que poucos planejam para sua completa subserviência.

O gigante irrequieto fecha os olhos ardidos de sal. Somente um velho poeta testemunha as lágrimas incompreendidas em plena areia.

Farias, Juarez Machado de. "A solidão do Gigante". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sentimental e racional.

Sentimentos são mesmo confusos, abstratos e um contrassenso à razão, ou antes, quase sempre à racionalidade. Fazem-nos agir de forma que a razão admoesta negativamente, têm o poder de nos transmutar a postura, o pensar, calar a razão, tomar-nos o controle, virarem um zahir: fazer-nos loucos ou santos. O mais intenso, arcabouço dos demais, e certamente o mais confuso - o amor, é um contentamento descontente: quando inflamado pela paixão nos embriaga de harmonia, paz, calma e acalento; mas também, por vezes, nos serve o oposto, sobretudo quando estamos distantes de sua motivação causadora, cuja postura pode não corresponder à expectativa que se lhe atribuiu. Ora, vejamos aqui uma palavra chave aos relacionamentos românticos: expectativa! Li certa vez que, nenhum relacionamento com pretensão de longevidade, sobretudo os amorosos, devem ser construídos sobre as expectativas que um possui em relação ao outro, e sim sobre a prontidão: um deve estar sempre pronto, disposto a aceitar o outro, a ouvir-lhe, buscar lhe compreender, a respeitar-lhe, amar-lhe... enfim, todos aqueles juramentos e todas aquelas convenções sociais que, tradicionalmente, definem a estrutura, as condições e o bem-estar de um relacionamento podem ser sintetizados no vocábulo prontidão.

Há quem prefira a estrada reta, plana, em tons de cinza que a razão oferece para viver sua vida inteira – não é a mais fácil, mas é a mais cômoda, não há grandes desilusões que sejam, normalmente, irremediáveis, afinal, sempre há causas e consequências racionais, nada como o abstracionismo, os matizes, a estrada por vezes sinuosa, com planaltos, depressões, montanhas, cheia de incógnitas e variáveis que concerne ao sentimental. Seja como for, não existe segregação entre razão e coração, ambos devem trabalhar juntos, os extremos de cada um pode levar ao ódio ou a impassividade. Quando em um relacionamento, ambas as partes devem estar dispostas a assumir as responsabilidades, a dedicar-se e tomar a postura adequada, sempre tomando por base a sinceridade completa, jamais jurando ou prometendo aquilo que não podem/querem cumprir. Não se deve jogar com os sentimentos alheios.

 “Nunca diga ‘te amo’ se não te interessa. / Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. / Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. / Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. / A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo”. (Mário Quintana).

Razão sem emoção, alma sem corpo e dever sem prazer são maniqueísmos que prejudicam o equilíbrio das coisas”. (Gabriel Chalita).

Farias, M. S. "Sentimental e racional". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Pelotas em saberes e sabores.

“A simplicidade é o último degrau da sabedoria”.
(Gibran Khalil Gibran, Poeta Libanês, 1883-1931)
***
Dia 07 de novembro foi quarta-feira e bênção de alegrias para eu e Silvia: costuramos novamente o rumo de Pelotas, a Princesa do Sul de teatros e alternativas de saberes e sabores.
Feira do Livro, a quadragésima, na Praça Coronel Pedro Osório, ofertório de cores, capas e páginas que falam com os leitores (quiçá, também com eventuais gnomos que devem brincar dentre as sombras verdes das árvores com carteira de identidade).
Na Doceria Marcia Aquino, novamente a certeza de que podemos saborear um ótimo e barato alimento sem sacrifício animal.
Na Praça palco da Feira, a Tenda Cultural “João Simões Lopes Neto”, desta vez para receber a 2ª Caravana de Escritores.
Por força dos veículos Zero Hora, RBS TV, Rádio Atlântida FM, as cadeiras logo ficaram repletas para seus ocupantes assistirem à prosa ao vivo e de corpos presentes dos escritores David Coimbra, Thedy Corrêa e Claudia Laitano,  com  o mediador Marcio Ezequiel.
Luiz Marenco, cantor e compositor nativista, estava na primeira fila, ao lado de sua esposa. A barba longa nem se movia, tal a atenção para os astros acomodados em cadeiras que falavam de suas experiências e ânsias literárias, etc.
Claudia Laitano mostrou-se fagueira, interessadíssima em falar de seu fazer-literário, de suas obras prediletas, numa simpatia contagiante, procurava responder inteiramente às perguntas de todos.
Thedy Corrêa, o vocalista da Banda “Nenhum de Nós”, mostrou-se, igualmente, simpaticíssimo, humilde, gracioso de fino humor. Disse que só tem boas lembranças de Pelotas, principalmente, do Laranjal, onde, em trio, se apresentou antes de um espetáculo de rock, e, noutra oportunidade, quando recebeu a notícia de que iriam gravar o primeiro disco.
Silvia e Juarez.
O mediador Marcio Ezequiel foi sábio na condução dos movimentos dos diálogos até quando um sujeito impertinente, a bebericar uma lata de cerveja, passou a inquirir Thedy Corrêa, sem pedir licença (que momento!!!).
Infelizmente, desafinou a caravana a arrogância de David Coimbra. Parecia estar enfarado das pessoas sentadas à sua frente, educadamente à espera de uma fala inteligente. Seu olhar era tão superior que parecia considerar a nós, assistentes, um populacho, uma cambada de chatos. Suas respostas eram curtas, e, quando não eram, procuravam impor sua autossuficiência como a de escrever o que quer, sem se preocupar em respeitar o público leitor. Quando (quando?!!!!) aprender lições de humildade com seus ilustre colegas, escreverá muito melhor.
De qualquer forma, a 40ª Feira do Livro de Pelotas veio para demarcar um espaço relevante para os livros e escritores.
Parabéns aos promotores e apoiadores, e que as cidades vizinhas – como Piratini – tenham a coragem de imitá-los.

Farias, Juarez Machado de. "Pelotas em saberes e sabores". Novembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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