segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Concordo com Gentili.

  - Circula na rede social "Facebook" a postagem abaixo (a imagem com texto), cuja autoria é atribuída a Danilo Gentili, um humorista, cartunista e jornalista brasileiro, considerado parte da nova geração do humor o "stand-up comedy". Gentili logrou relevância nacional como membro do programa denominado "CQC" (Custe o Que Custar), transmitido pela emissora de televisão Rede Bandeirantes e no presente como apresentador de um programa de entrevistas intitulado "Agora é Tarde".

Clique sobre a imagem para ampliá-la.
   O escrito de Danilo Gentili expressa algo que vai ao encontro de meu juízo acerca do carnaval. Ainda que seja importante valorizarmos a cultura vernácula, a festividade supracitada ha muito tornou-se - ou aprimorou-se - num desvaler não somente da moral, qual também da imagem do país no cenário internacional; um país conhecido como "o do carnaval", "da farra", onde pode-se falir com a educação e setores de monta social sem que a maioria da população proteste, pois sua atenção volta-se para trivialidades.  Está mais que em tempo de manifestarmo-nos em prol da valorização de nossa dignidade; nosso país possui uma cultura vasta, belíssima que não se resume meramente a carnaval e futebol. Evoluir não é sinônimo de delir. Não há muito que o jornalista do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), Carlos Nascimento iniciou o telejornal dizendo "Ou os problemas brasileiros estão todos resolvidos ou nós nos tornamos perfeitos idiotas. [...]" (clique aqui para ler a citação na íntegra) expressando sua indignação frente ao crédito que a população atribui costumeiramente a banalidades, deixando no limbo de suas inquietações assuntos de verdadeiro mérito. 


    "Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte alguma" (José Saramago). 
    "Acho que na nossa sociedade actual nos falta filosofia..." (José Saramago). 

   
           Farias, M. S. "Concordo com Gentili". Fevereiro de 2012.  http://livredialogo.blogspot.com/ 
           Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported. Deve ser citada conforme especificado acima. Permissões adicionais podem ser obtidas através do contato discente.farias@gmail.com


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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Meio-ambiente: um patrimônio a preservar-se.



Há décadas atrás, poucos eram os que se dedicavam ao estudo do meio-ambiente, os que tinham preocupação com futuro dos ecossistemas, das futuras gerações. Hoje, contudo, o assunto antes banalizado e ridicularizado tornou-se o dilema dos governantes, o empenho de inúmeras ONGs e organizações sociais que lutam pela sustentabilidade e preservação da natureza.

Preservar a natureza é sem dúvida o assunto mais pautado entre políticos e ambientalistas, e também o problema de maior gravidade, pois o descuido com a natureza tomou proporções gigantescas e agora, corremos atrás de soluções para evitarmos um futuro catastrófico.

As organizações sociais fazem o que lhes está ao alcance, porém, poucos de nossos governantes esboçam vontade de tomar partido nesta causa pelo meio-ambiente, pois isto pode ir de encontro aos seus interesses “partidário-políticos”, esquecem-se, entretanto, que o planeta não tem partido político, e o único interesse a defender é a vida.

Presenciamos hoje o resultado de um mal trato a Terra.  É preciso que todos se conscientizem de que é preciso agir incontinenti em prol da preservação de nosso ecossistema, independente da posição que ocupamos ou da parcela de culpa na degradação ambiental.

Projetos que visam reduzir a poluição precisam sair do papel, o governo poderia muito bem investir em obras de cunho ambiental, apoiando os empresários que trabalham de forma a preservar a natureza, na construção das denominadas “fábricas verdes” (ecologicamente corretas), de cidades ecologicamente sustentáveis ou ao menos com índice de poluição menor.

Não poderemos remediar desastres naturais à vida inteira. Mesmo que sejam altos os custos de investimentos em práticas ecologicamente corretas, é preferível investir nelas a gastar em ajudas humanitárias a preços não somente monetários, mas do bem maior da humanidade: a vida.

Já está mais que na hora de refletirmos sobre tantos desastres já ocorridos, tanta natureza lesada, tantas vidas ceifadas.  Basta que olhemos para trás e nos lembremos dos terríveis incidentes já acontecidos:

·         Chernobyl, Ucrânia (26 de abril de 1986): (cidade que teve de ser evacuada às pressas, em razão do derretimento e consequente explosão do reator da usina. Pelo que se sabe, o número de mortos nesse desastre foi grande; nenhum dos operários que trabalham na construção da estrutura de contenção do reator de Chernobyl, denominado “sarcófago”, sobreviveu. A fauna e flora da região ficaram praticamente destruídas.  Hoje, 25 anos depois do desastre, a região da cidade ainda é considerada de risco. Animais sofreram alterações genéticas, dada à radioatividade do local; plantas há pouco começam a ressurgir em proximidades da cidade. Nas proximidades da estrutura da usina o solo é infértil e emite altos índices de radiação. Ninguém pode chegar a menos de 100 metros de onde ficava a usina de Chernobyl. Ecologistas especulam que talvez o ecossistema da região leve décadas, até mesmo séculos para restabelecer-se. A área permanecerá por muito tempo inabitável).

·         Bohpal, na Índia (03 de dezembro de 1984): (“Um vazamento de 42 toneladas de isocianato de metila da fábrica da Union Carbide E.U. causou um dos piores desastres na memória. Em contato com a atmosfera, o composto foi transformado em gases tóxicos, como cinahídrico hidrogênio, que formaram uma nuvem mortal que matou 20.000 pessoas e animais”).

·         Golfo pérsico (1991): (“A queima de poços de petróleo emitiu nuvens de cinzas negras que causou a morte de vegetação, animais, além da poluição da água. O derrame de petróleo no Golfo foi considerado pior do que o corrido na costa do Alasca com o petroleiro Exxon Valdez, que derramou 11 milhões de barris de petróleo”).

·         Golfo do México (de junho de 1979 a março de 1980): (“O poço de petróleo Ixtoc quebrou durante o processo de extração de gás e petróleo, resultando em um derrame no mar de cerca de 30.000 barris de petróleo, com grandes prejuízos para a vida marinha em uma ampla área”).

·         Província de Henan, China (Agosto de 1975): (“Por causa da força do tufão Nina, a barragem rompeu e inundou Banquião província de Henan, com 2,300 milhões de toneladas de água, que varreu aldeias e todas as formas de vida no local”).

·         Minamata, Japão (1928 – 1968): (“Durante 40 anos a corporação Chris atirou na baía de Minamata resíduos químicos derivados do processamento petroquímico. Isso fez com que a vida marinha da região foi gravemente afetada. Quase 3.000 pessoas alimentavam-se de peixe e marisco provenientes dessas águas”).

·          Meda, Itália (10 de julho de 1976): (“Uma explosão na empresa de produtos químicos Meda, dedicada à fabricação de perfumes e cosméticos, resultou numa nuvem de toxinas, que matou 193 pessoas instantaneamente e na poluição do ar de 11 comunidades dos arredores”).

·         Fukushima, Japão (11 de março de 2011): (“Uma série de explosões ocorridas nos prédios que abrigam os reatores liberaram na natureza uma série de gases tóxicos e de água radioativa. Durante dias temeu-se a explosão do reator que apresentava instabilidade, contudo, felizmente, embora todo o caus que tenha causado e o susto a comunidade mundial, os reatores foram estabilizados e a situação controlada”).

Depois ver a tantos desastres, causados pelo homem, as reações da natureza frente a tudo isso, o impacto ambiental que “evolução” desenfreada por que passa nossa sociedade está causando, você não acha que já é hora de pormos um basta nessa situação caótica?

Isso depende de cada um de nós, de todos nós, juntos lutando em prol da preservação do meio-ambiente, do mundo em que vivemos, lutando por uma sociedade ecologicamente correta, que respeita ao seu próximo e ao mundo em que vive, uma evolução sustentável.

Farias, M. S. "Meio-ambiente: um patrimônio a preservar-se". Fevereiro de 2012. www.livredialogo.blogspot.com
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Fontes de pesquisa:

http://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi
http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-pedagogica/entenda-acidente-nuclear-japao-621879.shtml
http://www.dforceblog.com/pt/os-10-piores-desastres-ambientais/
http://www.prevencaonline.net/2010/06/os-nove-maiores-acidentes-ambientais-da.html

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Fernando Pessoa, "Poemas inconjuntos" (1913-1915)

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

***

Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas dessa maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizem que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade.

***

Entre o que vejo de um campo e o que vejo de outro campo
Passa um momento uma figura de homem.
Os seus passos vão com "ele" na mesma realidade,
Mas eu reparo para ele e para eles, e são duas coisas:
O "homem" vai andando com as suas ideias, falso e estrangeiro,
E os passos vão com o sistema antigo que faz as penas andar.
Olho-o de longe sem opinião nenhuma.
Que perfeito que é nele o que ele é - o seu corpo,
A sua verdadeira realidade que não tem desejos nem esperanças,
Mas músculos e a maneira certa e impessoal de os usar.

***
(20/04/1919)
Pessoa, Fernando, (1888-1935). Poemas de Alberto Caeiro:  obra poética II. Porto Alegre, L&PM, 2010. 137 p.
 
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