quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Memória: Uma garantia em pedaços.

“ – Por que nunca saúda teu padrasto? – Pergunta-me enquanto segura meus ombros.
– E onde está? Disseram-me que existe, mas nunca o vejo por aqui... – Sorrio.
– Por que tu finges que não existo? – Ele urra.
– Quem dera pudesse... A questão é mais complicada que isto, Romeu. – Esquivo-me.
– Romeu? Chame-me por meu nome! – Diz-me com a respiração acelerada.
– Então, Romeu, sejamos sinceros... Eu não o odeio. Seria burrice, pois não o conheço.
– Como assim? Namoro tua mãe. Tento falar contigo todos os dias! – Gesticula apressadamente.
– Mas tu és tão monótono. Não vejo o porquê deste romance. – Dou de ombros.
– Eu a amo! – Vocifera.
– Eu sei que a ama. Apenas me entristeço com a pequena força deste teu vocabulário clichê.
– Tu não entendes...
– Ora, e isto não é bom? – Pergunto.
– É pela felicidade da mesma pessoa que prezamos! – Grita.
– Não por os mesmos sentimentos... – Explico-lhe.
– Sabes o que dizem por entre as ruas? Que tu és tão fria quanto um freezer! – Sorri sarcasticamente.
– Ah! – Gargalho – Tão sutil Romeu... Não me digas que acredita? Toda esta falação é lenda.
– Ela me ama!
– Eu sei... Com todo o ardor que não pude arruinar. – Digo com dureza.
– E ainda assim me odeias? – Pergunta-me com sofreguidão.
– Oh, o ódio... Não por ti, meu caro.
– Sorrio.- Sente-o todo o tempo, não é mesmo?
– Sim. Mas não por ti. – Encaro-o.
– O ódio acaba, arruína, transborda e vinga. – Estremece.
– O ódio cresce dentro de mim e nenhuma barreira pode pará-lo!”


Farias, Maikéle. "Memória: Uma garantia em pedaços". Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Seres...

Somos tão frágeis,
E, ao mesmo, com a ideia de fortes
De repente, nos deparamos com o fim,
Ou será apenas o começo,
Viemos para cumprir nosso dever,
Que às vezes se torna doloroso,
Mas temos que levar em conta,
Que a vida não existe sem a morte,
E vice-versa,
Aluído encontra-se nosso coração,
Ao perceber tantas tragédias,
A dor se torna geral,
Mas sempre no fim de um túnel escuro e assustador,
Haverá uma linda saída seja para o local que for.
Seres...
Para muitos...
Só somos quando ainda estamos [...],
"Visíveis",
Após somente nos sobrará à melhor parte,
Começaremos a aprender a refletir sobre tudo o que foi feito,
Dor para alguns, felicidade e plenitude para outros.
Só o que desejo, que todas as almas encontrem a mais suprema luz.

"Força para familiares, amigos e conhecidos, minhas condolências é o que desejo para todos que o coração está reprimido, aluído na cidade de Santa Maria e que Deus ampare-os."


Morgana (M.A.R.) “Seres...”. Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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domingo, 27 de janeiro de 2013

Nossas sinceras condolências à cidade de Santa Maria - RS

   Que Deus ampare a essas mães, a essas famílias que sofrem. Que Maria, Nossa Mãe Santíssima, acolha em Seu manto as mães sofredoras, pois Ela própria um dia já sofreu ao pé da Cruz pelo seu Filho amado, sabe como é ter o coração despedaçado. Rezemos pelos nossos irmãos que partiram e por suas famílias.

   Sejamos solidários, pratiquemos nossa humanidade partilhando da dor de quem perdeu um ente amado. Não consigo conceber que alguém seja tão desumano e desalmado a ponto de não se condoer com tamanha tragédia.

    A equipe do Diálogo Livre está profundamente sensibilizada, triste com este nefasto ocorrido. Desejamos a todos muita força, muita fé em Deus...



Diálogo Livre.

Diálogo Livre.




O Verão Vem aí.

Meu suor já demonstra
E eu não consigo acreditar
Eu conheço esse calor
A saudade é o que terei de enfrentar

Agora já faz um ano

Tempo, leva as memórias contigo
Pois eu não suporto mais
Te peço esse favor, meu amigo

Desde então, procuro em outras

Encontrar o que não pode ser encontrado
Sim, o que tento é impossível
Aonde quer que eu vá, sinto a sombra do passado

Quem dera que o tempo ainda não me abandonasse

Me ajude a convencer meu coração
Saudades e sonhos não são motivos
Para lutar por algo em vão

E o que tu disse aquela vez:

''Não te abandonarei por nada''
Me atormenta todas as noites
Deixaste uma fria escuridão na minha estrada

E o que adianta dizer que te odeio?

E o que adianta dizer que te esqueci?
Seria tolice tentar enganar a mim mesmo
Nunca neguei esse amor, desde o dia em que te perdi

Sentimento tão puro e verdadeiro

Ainda lembro do dia em que nasceu
Mas fui tolo e acreditei em ti
Plantei a semente, que não floresceu

E nessa época me vem as recordações

Às vezes em que a teu lado, sorri
Vou esquecer tudo isso
Por que o verão vem aí...



Garcia, Samuel. "O verão vem aí". Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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sábado, 26 de janeiro de 2013

Enquanto o Sol Nascer.

Quando abro meus olhos
Sinto que não está tudo no seu lugar
Tais quais as lembranças esquecidas
Simplesmente não consigo consertar

O vento murmura algo

Mas meus ouvidos se recusam a ouvir
São tantas as portas que se abrem
Por onde devo seguir?

A noite, ah essa escura noite 

Sempre exige tanto de mim
Procuro a luz da lua
Que tem seu refúgio atrás das nuvens

Tantas escolhas, poucas decisões

Peço a Deus que me mostre o caminho
Ando perdido em multidões
Mas estou sozinho

E tudo parece estar do contra

Não me deixo convencer
Acredito na minha fé
Pois nela está o desejo de vencer

Quando fecho meus olhos

O que quero é descansar
Enquanto o sol nascer
Minha virtude é tentar


Garcia, Samuel. "Enquanto o sol nascer". Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Criacionismo X evolucionismo: a posição da Igreja.

Há algum tempo, no blog da senhorita Alice, uma das parceiras do Diálogo Livre, havia uma postagem relacionada à fé em torno da qual surgiu um debate. Abaixo minha contribuição à conversa:


"Professo a fé Católica Apostólica Romana, e sempre tive, a princípio, certa dificuldade em compreender certos dogmas - ainda hoje tenho, mas aos poucos os vou compreendendo, à medida que melhor conheço a Igreja. A questão da criação do mundo sempre foi um tanto polêmica. Há muito que a Santa Sé deixou de considerar como verdade suma a respeito desse tema, a interpretação literal do gênese. Existe, naturalmente, dentre nós católicos, aqueles que defendem, ou melhor, que preferem acreditar unicamente no criacionismo, que Deus criou o mundo e todas as coisas em seis dias e no sétimo descansou. Todavia, o Vaticano, pelos estudos de seus doutos teólogos, e pela pessoa de Sua Santidade, entende que, é possível que a teoria do Big Bang e do evolucionismo de Darwin sejam corretas, porém, dentro de uma visão teologal, onde Deus é centro e o criador de tudo. Para a Igreja, a narrativa do gênese é, como posso dizer?, uma narrativa pouco detalhada, algo, talvez, um pouco alegórico, uma breve explicação sobre a criação. Esses seis dias a que se refere, em se tratando de Deus, podem corresponder há milhões, bilhões, trilhões de anos, afinal, o tempo como hoje o conhecemos é uma criação humana; o tempo de/para Deus é outro, Ele é atemporal, havendo assim, a possibilidade da existência da era glacial, da evolução etc., mas tudo feito por Deus segundo a Sua vontade. Não descartamos, entretanto, que Deus possa, simplesmente, ter determinado a criação exatamente como consta em gênese, afinal, sendo Ele a força maior, suma de todo o Universo, tem mais que poder fazer tudo isso. Fica, portanto, a cada católico acreditar na teoria que melhor lhe parece, desde que, Deus seja sempre o centro-criador de tudo.

Eu, subjetivamente, acredito na teoria do Big Bang e do evolucionismo, mas claro, tendo Deus como criador único do Cosmos. Certa vez, li não me recordo onde, que certo cientista teria afirmado que, se Deus não existe e tudo fosse apenas Física, Química e Biologia como dizem alguns cépticos críticos do criacionismo, então nada teria forma exata, afinal, se agrupariam de qualquer maneira; somente uma força maior seria capaz de criar, de forma tão perfeita, o mundo e os seres.

O universo não é um caos ou o resultado do caos. Pelo contrário, ele aparece cada vez mais claramente como uma complexidade ordenada que nos permite, através da análise comparativa e da analogia, passar da especialização para um ponto de vista mais universal e vice-versa. [...] O pensamento cristão tem empregado a analogia não só para a investigação das realidades mundanas, mas também como meio de se elevar da ordem da natureza criada à contemplação do Criador. [...]Estou convencido da necessidade urgente de um diálogo e cooperação permanentes entre os mundos da ciência e da fé, para construir uma cultura de respeito pelo homem, pela dignidade humana e pela liberdade, a bem do futuro da nossa família humana e para um desenvolvimento sustentável, a longo prazo, do nosso planeta.” (Sua Santidade Papa Bento XVI).

"A fé e a razão são as duas asas com as quais o espírito humano alça voo para contemplar a verdade". (Beato Papa João Paulo II).

Apenas para deixar claro: a Igreja não se está contradizendo. Dentro do que nos diz a Bíblia Sagrada, a Santa Igreja concebe, aceita a existência de teorias como a do Big Bang e do evolucionismo, porém, ligadas diretamente à teologia, ao criacionismo, onde Deus é o centro, o criador e verdade suma do Universo, o Todo-Poderoso".

Farias, M. S. "Criacionismo X evolucionismo: a posição da Igreja". Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ética para tudo e com todos

 “O erro da ética até o momento tem sido a crença de que só se deva aplicá-la em relação aos homens.”
(Albert Schweitzer, músico, filósofo e médico alemão, 1875 —1965)

***

Luciano Huck, no seu programa semanal, edição de 19 de janeiro de 2013, pela Rede Globo de Televisão, repetiu reportagem veiculada em 21/01/2012, onde em ambas matérias deu relevante destaque à causa animal, ao focar a atuação do Clube do Vira-Lata, uma entidade que trata de cães abandonados, em São Paulo.

Antes de tecer qualquer comentário, preciso considerar duas situações. Escuto pessoas dizendo que não toleram outras “pessoas” e que preferem o convívio com cães e gatos. Escuto outras dizendo que só “pessoas” têm valor.

São, enfim, dois polos: 1) na supervalorização dos seres humanos como proprietários deste planeta; 2) na supervalorização dos animais não humanos em detrimento das relações com os seres humanos.

Entendo, humildemente, que devemos corrigir esses extremos para uma posição eclética que inclui a ética para tudo e com todos, ou seja, uma conduta única em todos os ângulos de nossa relação, afinal, nós, “racionais”, interagimos com seres humanos, não humanos, seres inanimados, em um mosaico de diversidade. Isso acontece desde que estamos no ventre materno. Não se está em uma bolha, mas em uma biosfera, lugar de interações  - raras, frequentes ou permanentes conforme os casos.

Devido à concepção antropocêntrica – na qual o homem é o centro da natureza -, tolerou-se ao longo da historia da humanidade incontáveis desumanidades com outros seres tidos como irracionais e no exaurimento dos recursos naturais, praticando-se guerras e genocídios.

No entanto, estou convicto na evolução espiritual do Universo onde nosso planetinha Terra é um minúsculo grão e neste, por sua vez, percebem-se ações concretas em prol de uma tomada de consciência para um bem-estar coletivo e não só para nós, seres humanos. Nas redes sociais pela internet, por exemplo, são fartas e diárias as mensagens que buscam sensibilizar sobre os sofrimentos de animais, de crianças, mulheres, idosos, etc.

É a compaixão que se amplia não só para uma espécie (especismo), mas para qualquer mal estar porque este acaba por dificultar a afinação da orquestra universal na qual somos músicos, irrevogavelmente. 

O bom de tudo é que só pelo fato de queremos ser éticos com tudo e com todos, nossas atitudes melhoram: passam a ser cuidadosas e carinhosas, evitando e corrigindo práticas como jogar papel de bala nas ruas e abandonar cães e gatos.

Farias, Juarez Machado de. "Ética para tudo e com todos". Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Movimento imigratório para o Brasil no século XXI

No ano passado decidi que prestaria o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM - a fim de adquirir experiência, uma vez que, não havendo concluído o Ensino Médio e, sendo menor de idade, os resultados não me auxiliariam muito, destarde, não dediquei-me a estudar para tal em específico, dedicando-me unicamente às probatórias escolares. Abaixo segue minha redação do ENEM (com ajustes realizados posteriormente). Admito que, como não compreendi muito bem o tema - que considerei confuso e inadequado -  porquanto cri que minha nota não seria boa. Pois que, para minha surpresa, obtive nota 780. 

***

O Brasil possui uma economia ascendente, é rico em recursos naturais e mostrou-se resistente às crises econômicas mais recentes, é, notoriamente, um país profícuo. Muitos estrangeiros com o sonho de furtarem-se à miséria e aos problemas sociais de seus países imigram para o Brasil, ainda que ilegalmente. Desempregados e sem abrigo, acabam por se tornarem parte das camadas mais pobres da sociedade brasileira, todavia, quando empregados, já que muitos possuem qualificações, acabam contribuindo para o desenvolvimento da indústria nacional.

Conforme mostram os textos de apoio à presente, a causa da imigração não apenas de haitianos e bolivianos, como também de indivíduos de outras nacionalidades, cujos países enfrentam problemas socioeconômicos de mesmo gabarito, reside na esperança de que, no Brasil, encontrarão um mercado de trabalho aquecido, carente de profissionais, de trabalhadores e que terão aqui uma vida socioeconômica mais confortável.

Ocorre que, ao chegarem aqui, a grande maioria de forma irregular, deparam-se desempregados e sem abrigo, muitos em condições precárias, afigurando-se como parte de um problema social que Estado busca combater – a miséria. Tão logo toma ciência, a Defesa Civil entra em ação, providenciando mantimentos e abrigos. Parece-me um tanto com a história de Lima Barreto, onde Isaías vai para o Rio de Janeiro cheio de sonhos e esperanças e acaba por vivenciar dificuldade, até que com ajuda amiga consegue emprego.

Como supracitado, muitos desses imigrantes possuem qualificação e também experiência profissional, uma vez inseridos no mercado de trabalho passam a contribuir para o desenvolvimento econômico do Brasil, deixam de ser parte de um problema social para serem agentes da solução, incrementando, inclusive, nossa já tão rica cultura.

Desta maneira, temos que, humanamente, não podemos, enquanto nação democrática, negar auxílio a estes imigrantes, ainda que, o fato de os acolhermos levante a questão de como os imigrantes brasileiros são tratados em outros países, sobretudo, europeus. A solução ao problema da imigração ilegal pode dar-se à luz de um maior controle de nossas fronteiras, ao passo que se adotam medidas que regulamentem a condição dos que já estão em território brasileiro. 

Farias, M. S. "Movimento imigratório para o Brasil no século XXI". Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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sábado, 12 de janeiro de 2013

Censura não!

Hoje, ao ver no “Yahoo! Brasil” um artigo sobre o retrato oficial de Catherine,  Duquesa de Cambridge da Grã-Bretanha, tentei publicar um comentário, consignar uma opinião sobre o que estava sendo tratado e, em relação aos comentários. Todavia, embora meu escrito atendesse as diretrizes do referido site, meu comentário foi simples e injustamente censurado.

Fico indignado com isto por não ser a primeira vez que ocorre. Jamais desenvolvi conteúdo ofensivo ou que ferisse aos preceitos do site, de maneira nenhuma e, ainda assim, sou censurado. No entanto, eles publicam comentários de outros usuários, os quais, muitas vezes, estão em desalinho com as tais “diretrizes”; alguns são ofensivos, outros, de baixo calão.

Vejo tal proceder como hipócrita e leso-constitucional, até mesmo como criminoso, uma vez que todo cidadão brasileiro tenha o direito constitucional de se expressar, desde que observada à integridade de terceiros. Não sou o único usuário vítima da arbitrariedade do “Yahoo! Brasil”. E, é importante que se frise ser isto, até então, um problema enfrentado apenas com o “Yahoo!” brasileiro, pois costumo acessar o “Yahoo! España” e não ter problemas ao comentar. Outra coisa que distingue bastante os dois sites da mesma empresa é a qualidade do conteúdo: o primeiro dando destaque ao “BBB” e o segundo sempre diversificado, com matérias interessantes e bem escrito.

Pois que, abaixo segue o comentário que não pude publicar.


"Não se esqueçam que ela é parte da monarquia britânica, a qual é reconhecidamente recatada, discreta, grave. É mais que natural que o retrato da duquesa, expresse o ar conservador e rígido dos britânicos, da monarquia centenária. 
Não existe Arte feia ou bonita. A Arte ou é expressiva ou é inexpressiva. Essa pintura da Duquesa Catherine é muito expressiva. Transmite com intensidade o vigor, a seriedade, a elegância, a discrição, a beleza, a postura pudica, reservada, centrada, inteligente, que deve ter uma duquesa tão próximo ao trono. Demonstra a maturidade, a boa-temperança, o caráter altivo, altruísta. Enfim, é um trabalho magnífico, muitíssimo expressivo, que reflete excepcionalmente bem a monarquia - ao menos seus ideais -, da mesma forma que retrata perfeitamente a Duquesa de Cambridge da Grã-Bretanha.
E, se notarem outros aspectos da pintura, tais como a vestimenta e as jóias, verão que ela está retratada ao natural, com sobriedade, conservando, claro, a formalidade de que está revestida, porém, não dando a este aspecto o foco central. Além do que, trata-se de uma pintura e não de uma fotografia."

Nota 01/13

Saudações, prezados leitores!
O Diálogo Livre está preparando uma entrevista com o Professor Doutor Roberto Funck, docente da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e proprietário do Centro de Docência On-line (CEDOI) que leva seu nome. Ele desenvolveu uma metodologia de ensino bastante distinta da usual, por assim dizer, ele trata o conhecimento de forma una, buscando "proporcionar uma aprendizagem que, paralelamente à assimilação do conteúdo, desenvolva a capacidade do estudante para aprender, aumentado sua capacidade para interpretar o ambiente que o rodeia e sua capacidade de representar e replicar o conhecimento".
No link acima há a "síntese do marco epistemológico: gênese e síntese do conhecimento" com a qual trabalha o Centro de Docência. Gostaríamos que nossos leitores enviassem seus questionamentos à entrevista através dos comentários da presente postagem.
Não percam a entrevista, participem conosco!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Espinhos no pensamento

A maior dor não é aquela concebida por um simples arranhão físico,
Mas sim, psíquico,
Deparamos-nos com momentos inexplicáveis, que não foram esperados,
O sentimento duro deslumbra a mente que já fora machucada,
Um peso invade a alma,
De repente à lucidez desaparece,
As lágrimas caem sem que sejam esperadas,
Pensamento aluído,
Ferido, doído, arranhado;
Um adeus não esperado,
Cala e resfria,
Deparamos-nos com seres reluzentes de tanta plenitude,
Deixamos a vida sem que ela tome conhecimento,
Descuido, falha,
Não!
Apenas paz,
Que agora nos conduz.


Morgana (M.A.R.) “Espinhos no pensamento”. Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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Dificuldades da Língua

quem tenha dificuldades em relação ao domínio da Língua Portuguesa, muitos dizem-na impossível de ser compreendida totalmente e que “ninguém sabe Português”; em princípio, a Gramática Normativa, uma vez compreendida, forneceria um padrão de uso “correto” da Língua, uso aspas porque nos últimos anos linguistas, a exemplo de Marcos Bagno, compuseram obras cujo conteúdo vai de encontro a ideia de que se faz errôneo o uso oral e escrito da língua que está em desalinho com as normas gramaticais. Bagno defende que a Gramática deveria constituir-se a partir do uso do idioma, e não o oposto. Seu argumento principal com relação a isto é que as normas de escrita mais primitivas teriam surgido como resultado da maneira qual escreviam os primeiros grandes filósofos e literatos que ascenderam ao sucesso em suas sociedades, razão pela qual a estrutura de suas composições teria sido adotada à época, originando assim as primas leis de escrita e dialética.

Em sua mais renomada obra, “Preconceito Linguístico”, Marcos Bagno ainda apresenta defensa à pronunciação errada como, por exemplo, “flouxo”,  “flaco”, “clavo” etc., alegando que, tais vocábulos, a princípio, possuíam pronúncia e grafia semelhantes a estas, sendo sua forma correta hoje resultante de um fenômeno. Vejamos às palavras do autor:

“[...] estudando cientificamente a questão, é fácil descobrir que não estamos diante de um traço de “atraso mental” dos falantes “ignorantes” do português, mas simplesmente de um fenômeno fonético que contribuiu para a formação da própria língua portuguesa padrão. [...] as palavras do português padrão [...] tinham, na sua origem, um ‘L’ bem nítido que se transformou em ‘R’. Se fôssemos pensar que as pessoas que dizem Cráudia, chicrete e pranta têm algum “defeito” ou “atraso mental”, seríamos forçados a admitir que toda a população da província romana da Lusitânia também tinha esse mesmo problema na época em que a língua portuguesa estava se formando. E que o grande Luís de Camões também sofria desse mesmo mal, já que ele escreveu ingrês, pubricar, pranta, frauta, frecha na obra que é considerada até hoje o maior monumento literário do português clássico, o poema Os Lusíadas. E isso, é “craro”, seria no mínimo absurdo.” (BAGNO, Marcos. “Preconceito Linguístico”. Edições Layola, São Paulo, junho de 2007: 48ª e 49ª edições. p. 40-41).

Pouco consta que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) aprovou o uso escolar de livros de Língua Portuguesa na educação básica que adotavam o pensamento de Bagno, chegando a afirmar que, em contexto informal, não se deveria repreender ao aluno que dissesse: “os livro tão em cima da mesa”, “Creusa, subiu pra cima da escada, mais caiu porque o parafuso tava flouxo”, mas que, todavia, à escrita deveriam adotar a norma padrão/culta. Isto, evidente, despertou grande polêmica dentre linguistas, lexicógrafos e mestres, resultando no recolhimento dos exemplares. É fato que, a pronúncia influi diretamente na escrita, quem fala errado tende a escrever errado, embora haja casos de pessoas que falem mal e escrevam bem, e vice-versa.

A Literatura, de uma forma geral, antes do Romanticismo, seguia ferrenhas normas acadêmicas de produção, que foram pouco a pouco abandonadas com o surgimento deste movimento, o que permitiu ao escritor adotar uma linguagem mais comum, expandindo o acesso social às obras literárias. Este desprendimento, gradativamente, provocou mudanças na Língua, sobretudo, com as escolas literárias que seguiram, as quais se utilizavam mesmo de neologismo e gírias.

“[...] Temos de fazer um grande esforço para não incorrer no erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a falam. [...] O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua. [...] Enquanto a língua é um rio caudaloso, longo e largo, que nunca se detém em seu curso, a gramática normativa é apenas um igapó, uma grande poça de água parada, um charco, um brejo, um terreno alagadiço, à margem da língua [...]”.  (BAGNO, Marcos. “Preconceito Linguístico”. Edições Layola, São Paulo, junho de 2007: 48ª e 49ª edições. p. 09-10).

Hodierno, a diversidade cultural é assaz grande dentre os jovens que sob a influência das vogas efêmeras que constantemente transmutam, ou pela necessidade de desenvolver em um grupo a parte da sociedade, suas concepções, conquistar um espaço, aceitação, desenvolvem não apenas vestimentas e comportamentos excepcionais, mas também uma linguagem particular, própria às vogas ou grupos. Nascem assim neologismos e gírias, distorções do idioma, porém, de recorrente uso trivial.

À custa de muito debate entre tenazes defensores da Gramática Normativa tradicional e aqueles que pretendem uma Língua Portuguesa “descomplicada”, “atualizada”, a maioria dos lexicógrafos estão incluindo em suas obras a acepção de gírias, devidamente assinaladas, junto à definição literal e figurativa de vocábulos.

Reconheçamos que Gramática não é álgebra, onde dois mais dois são quatro; trata-se de um conjunto de normas e exceções, que exige conhecimento teórico, interpretativo, raciocínio e capacidade de aplicação. Mesmo professores e mestres divergem entre si quanto à exatidão de determinadas questões relacionadas à Língua Portuguesa, não faltando por parte de todos argumentos que defendam suas posições – questões relacionadas diretamente à Gramática, sua interpretação e aplicação.

Nesta composição constam grifadas algumas palavras, algumas sentenças; o propósito de tal é mostrar o uso correto destes termos tidos por muitos como, “dificuldades da Língua Portuguesa”, que em verdade exigem apenas um pouco de atenção em seu emprego.

Para concluir o presente, vejamos o soneto “Língua Portuguesa”, de Olavo Bilac, que a meu ver bem se encaixa ao contexto.

“Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: ‘meu filho!’
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!”.


Farias, M. S. "Dificuldades da Língua". Dezembro de 2012. http://livredialogo.blogspot.com.br/

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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O som de cada um.

"Ao meu prezado vizinho
Eu lhe peço com carinho:
“Por favor, baixe o som.
Moramos na mesma rua,
A amizade continua
E o respeito é muito bom”.

***
Conviver em sociedade significa exercer, permanentemente, a tolerância e entender que a liberdade de cada pessoa não é absoluta.

Problema muito frequente no convívio humano é a prática do som alto o qual pode ser considerado importunação.

Mas se um ambiente livre de ruídos é salutar, também o é  a busca de relações amistosas com as pessoas, principalmente, as que convivem próximas a nós.

Por isso, compus os versos acima (utilizados como epígrafe neste artigo) para que as pessoas incomodadas com o som alto exerçam um argumento eficaz para resolução do problema.

Os Códigos de Postura dos municípios preveem, em geral, o horário das 08h às 22h como permissivo para emissão de sons mas o abuso dessa prerrogativa pode, sim, caracterizar, infração já que todos têm direito a um ambiente livre de ruídos que causem incômodo.

Já está comprovado pela medicina que a poluição sonora aumenta os batimentos cardíacos, dificulta a concentração mental, causa estresse.

Antes de se acionar a polícia, é conveniente que se esgote todas as formas civilizadas para convencer o autor da importunação a corrigir sua falta. Porém se não houver êxito, o caminho legal é registrar ocorrência policial, recomendando-se que se reúnam provas como fotografias, gravações, testemunhas, etc.

O ordenamento jurídico considera contravenção penal o abuso da emissão de som como se lê no Decreto-Lei nº 3688/41, Lei das Contravenções Penais — LCP:


“Perturbação do trabalho ou do sossego alheios


Art. 42 – Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios:

I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda:
Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.”

E ainda: som alto pode ser considerado poluição sonora que é crime disposto no artigo 54 da Lei nº 9605/98, Lei de Crimes Ambientais – LCA:

“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.”

Lute por seus direitos!
   
É possível conviver harmonicamente com quem divide conosco o mesmo espaço geográfico para que se possa ouvir o som de cada um.

Farias, Juarez Machado de. "O som de cada um". Janeiro de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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