quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Resenha do livro "O Homem que Calculava", de Malba Tahan.

Tahan, M. O Homem que Calculava. Rio de Janeiro, Record, 2010. 300 p. 79° ed.

O Homem que Calculava é a alcunha atribuída ao protagonista deste romance infanto-juvenil, Beremiz Samir. Dotado de uma impressionante habilidade matemática - e, porque não dizer, também filosófica -, Beremiz mostra que a matemática apresenta-se de uma forma bastante divertida e variada no cotidiano das pessoas, elucidando os mais variados enigmas matemáticos – de simples cálculos a operações complexas e de pura lógica.

O livro é uma narrativa de Hank Tade-Maiá, personagem secundário que encontra porventura Beremiz no deserto, o leva à Bagdá e o acompanha em sua estada por lá, relatando neste livro as aventuras de seu amigo. Está dividido em trinta e quatro capítulos, com notas de rodapé postas pelo autor e também dos editores explanando o significado de determinadas expressões. Esta edição conta ainda com um glossário e um apêndice.

Logo após encontrar Beremiz e fascinar-se com seu talento matemático e convidá-lo a seguir viagem para Bagdá, Hank e nosso protagonista encontram no caminho um grupo de irmãos que discutem a partilha de uma herança de camelos. Beremiz elucida a divisão de 35 camelos por três irmãos, o que causa admiração e gratidão no grupo.

Samir conta a história de sua vida. Um pastor de ovelhas, humilde que até conhecer Nhô-Elin – seu mestre -, ignorava os eruditos caminhos da matemática. De forma incrível, ele aprende desde a história até as áreas mais complexas da matemática utilizando como molde para seu aprendizado a própria natureza. Contando ovelhas, dia após dia, e com instruções de seu mestre, foi desenvolvendo habilidade de calcular qualquer montante a partir da observação e do emprego da lógica.

De pouco em pouco, passou a contar além de rebanhos inteiros, o número de folhas que possui uma árvore, quer seja em seu total ou por galhos. O número de pássaros que porventura voassem por sob sua cabeça, o número de tâmaras ainda nos galhos das árvores, enfim, cálculos homéricos, que a nós mostram-se tétricos, a Beremiz era entretenimento.

A redação do livro gira basicamente em torno das proezas matemáticas do Homem que Calculava que resolve antigos enigmas matemáticos e histórias, como, por exemplo, o surgimento do xadrez, o “x” da vida, as pérolas do rajá etc. Tem por base os costumes e as tradições árabes, os quais marcam o enredo do romance. Ao final, Beremiz acaba por casar-se com Telassim, filha de Iezid-Abul-Hamid, a quem “conheceu” por ventura de ensinar matemática.

O interessante deste livro, além do romance bem arquitetado em torno de lendas, costumes árabes e problemas matemáticos é a ligação que faz entre as ciências e a vida cotidiana. Com explanações simples, Tahan deu vida a um brilhante protagonista que mostra que a matemática apresenta-se trivialmente, resolvendo e criando problemas matemáticos com uma facilidade que faz com que o leitor passe a ver a álgebra como algo menos complexo do que de costume.

Percebe-se claramente que o objetivo de Malba Tahan ao dar vida a Beremiz era o de mostrar não somente que a matemática, como também, história, geografia, teologia e as demais áreas de estudo encontram-se em cada coisa ao nosso redor. Que a divisão disciplinar feita pelo mestre nas instituições de ensino existe somente ali, pois na natureza elas apresentam-se mescladas, dependentes uma da outra. Evidencia assim o que é tácito: o conhecimento é uma coisa só.

A escolha cultural do personagem não se fez ao acaso, visto que, os árabes, assim como os indianos (citados algumas vezes por Beremiz) possuem grande influência e contribuição na estruturação da matemática, embora esta tenha em sua origem a contribuição de vários povos antigos, como, por exemplo, os egípcios e os gregos.

Malba explora as mais diversas áreas da matemática, convidando ao leitor tentar elucidar questões ali propostas ou mesmo criar enigmas. Embora não tenha por objetivo ensinar lógica, esta é presente constante na trama de forma sutil.

Esta é uma obra atemporal, com valor pedagógico indiscutível, seja para a literatura brasileira ou para a matemática, visto que, trabalha o raciocínio do leitor e ensino da matemática através da ficção, trazendo curiosidades acerca da história e da ciência matemática. Embora destinado a um público jovem, trata-se de uma obra que certamente é aprazível a todos os públicos. Podendo ser assaz trabalhada em sala de aula dependendo do objetivo pedagógico do mestre, indiferentemente da disciplina.

Malba Tahan é o pseudônimo do professor de matemática Júlio César de Mello e Souza, autor de mais de quinze livros sobre os costumes e lendas do povo árabe dentre outros, todos com valor pedagógico. Foi um dos maiores divulgadores da matemática no Brasil. Nasceu no Rio de Janeiro em 06 de maio de 1895 e faleceu em Recife em 18 de junho de 1974. Graduou-se como engenheiro civil na Escola Politécnica e como professor na Escola Normal. Dentre suas 120 obras, podemos citar: “A Estrela Dos Reis Magos”; “Matemática Divertida e Delirante”; “A Arte de Ler e Contar Histórias” etc.

Farias, M. S. “Resenha do livro O Homem que Calculava.”. Dezembro de 2011. www.livredialogo.blogspot.com 

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19 comentários:

  1. Essa merda me fudeu!!! U baguio ta tudo errado !!! ESSA PORRA ME DEIXOU DE RECUPERAÇÃO E AGR EU VÔ ATE NA CASA DO FILHO DUMA PUTA QUE CRIOU ESSE BLOG E ARRANCAR SEU CORAÇÃO PELO CÚ!!! Zueira galera esse site e mt bom e nao tem erro !! resumo muito apropriado e bem feito ótimo site para trabalhos escolares ou por leitura, NOTA 100 !!!

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  2. Não existe ninguém burro, interpreta mal. Só se dedicar, mas... Prova disto é a recuperação! Bons estudos na próxima síntese.

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  3. telassim é filha de iezid não de maluf

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    1. Corrigido. Obrigado por me avisar! (foi um lapso na hora de escrever, não me havia dado conta)

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  4. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    1. Seu comentário foi removido por conter palavras de baixo calão e caráter estritamente ofensivo e desrespeitoso.

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  5. Sua resumo foi lindo e inteligênte,parabéns!
    N.13a.

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    1. Muito obrigado, anônimo e seja muito bem-vindo(a) ao Diálogo Livre!

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  6. Muito obrigado, me ajudou bastante. Resumo perfeito! :)

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  7. muito obrigado mesmo,mim ajudou muito. amei o resumo!♥ ;)

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  8. Muito bom o resumo. Escrita impecavél. Creio que irei tirar uma nota agradavél.
    - Gih.

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  9. O QUE O 13 FEZ DE HOMENAGEM AO 16 E O QUE O 16 FEZ DE HOMENAGEM AO 13






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  10. GOSTEI DAR PARA SE TER UMA BASE DO QUE FAZER.

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  11. Essa obra têm me ajudado muito no esclarecimento etc.

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