quinta-feira, 11 de abril de 2013

Odeio-te o tanto que te amo

Quem dera, para felicidade dos eternos iludidos,
Que se pudesse amar sem odiar...
Atirar-se às rosas sem sofrer com os espinhos.

Que épico – ou seria eterno? – dilema dos homens...!
A simplicidade de uma vida em tons de cinza,
Reta, plana, cheia de normas,
Rígida feito um cálculo, livre da incerteza,
Dos entremeios, voltas e revoltas
Daquele mar espectral
De um raio ultravioleta
Que adoça o amargo da realidade,
Maquia defeitos e faz resplandecer qualidades
Ou o tal do amor?

Amor apaixonado é um ópio!
Constrói uma ponte de fino cristal
Sobre um pântano,
Mas quando vem o granizo...
Lá se vai se vai ponte e viandante
Mundo a baixo!

Ah...! Como é bom cair...
Cair na chuva de cristais
Aos braços, abraçando bem forte,
De quem amamos...
E deixar passar todo o resto...
Mas afinal, amar ou prosperar?

Ódio de amar!
Amo-te e olvido o mundo,
Perco o rumo e embaça o foco,
Lá se vão normas e “retilinidade” do caminho...

Odeio-te!
Odeio-te por te amar!
Caminho dualista que leva à conquista:
Insípido e apático, mas que sem amor
É intolerável...

Mas que confusão!
Os sentimentos compõem-se em círculo,
A começar pelo amor
E a terminar pelo ódio.

Ódio é amor em excesso...
É amor frustrado, tão grande
Que deixa de existir.

Amor e ódio, equidistantes,
Antônimos perfeitos,
Coexistentes inatos,
Separados por muito,
Ou por pouco,
Ou por muito-pouco...

Um não existe sem o outro,
Contrastantes, antagonistas.
Amando-te vivo sonhando,
Odiando-te vivo pensando-te.
Amo-te o tanto que te odeio.

Farias, M. S. "Odeio-te o tanto que te amo". Abril de 2013. http://livredialogo.blogspot.com.br/
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